Título: Remédios mais caros para a terceira idade
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 11/07/2009, Economia, p. 16

Drogaria: reajustes no fim de março fizeram preço dos medicamentos subir 5,04% entre abril e junho

Os medicamentos ficaram mais caros para pessoas da terceira idade no último trimestre. A alta foi de 5,04%, percentual superior à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor ¿ Brasil (IPC-BR), com variação de 4,87%. O orçamento dessa parcela da população também foi pressionado por outros dois grupos: despesas diversas (4,98%) e habitação (1,30%). Os dados são da Fundação Getulio Vargas (FGV) e correspondem ao Índice de Preços ao Consumidor ¿ Terceira Idade (IPC-3i), divulgado ontem.

O aumento nos preços dos remédios que aparece nesse levantamento é considerado fato isolado. Se ocorrerem novos reajustes no decorrer do ano, devem se apresentar de maneira menos intensa, como afirma o economista da FGV, André Braz. ¿Isso ocorreu por força do aumento (dos remédios) que começou a vigorar em 31 de março e foi captado ao longo do trimestre. Na próxima avaliação, eles não vão subir tanto¿, explica.

Mesmo com a previsão de que os remédios não deverão pressionar a inflação para a terceira idade no próximo trimestre, essas pessoas podem se preparar para altas nas tarifas públicas, itens importantes na cesta de consumo dessa faixa da população. Segundo a FGV, os principais serão aumento na conta de telefonia fixa para todo o país e reajustes na taxa de luz em São Paulo e na de água no Rio de Janeiro.

No acumulado em 12 meses encerrados em junho, a inflação da terceira idade ficou em 4,94%, taxa 0,7 ponto percentual menor que a registra nos 12 meses terminados março (considera o resultado do primeiro trimestre de 2009). Apesar dessa redução, o percentual ainda está maior que a inflação medida pelo IPC-BR. A desacelaração teve como principal influência o grupo alimentação, cuja taxa passou de 2,38% para 0,35%. O destaque ficou com as hortaliças e legumes (variação caiu de12,31% para 0,86%) e com as frutas (de 6,77% para -10,28%).

A queda no índice poderia ter sido maior, mas foi segurada por leite e derivados. Se esse comportamento dos preços dos alimentos se repetir na próxima análise, será o segundo recuo consecutivo do IPC-3i. ¿No ano passado, no segundo trimestre, tivemos ponto de pressão em vários alimentos importantes. É o caso das carnes, pães, arroz e feijão. Este ano, esses mesmos alimentos não apresentaram valores iguais aos de 2008¿, relata André Braz.