Título: Vendas recordes para a Argentina
Autor: Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 16/11/2010, Economia, p. 20

Investimento brasileiro no país vizinho chega a US$5 bi

A MINISTRA Débora Giorgi comemora aumento no intercâmbio de produtos industriais

BUENOS AIRES. Este ano o comércio bilateral entre Brasil e Argentina deverá bater um novo recorde, alcançando US$34 bilhões (superando em 10% o recorde anterior, de 2008), informou ontem a ministra da Indústria do governo argentino, Débora Giorgi. Em palestra na embaixada brasileira em Buenos Aires, Débora afirmou, ainda, que nos últimos dois anos os investimentos brasileiros na Argentina atingiram US$5 bilhões, graças ao "processo de integração produtiva que está sendo desenvolvido por ambos os países".

- Brasil e Argentina são observados no mundo como uma região digna de receber os melhores investimentos - disse a ministra.

Para o governo argentino, o crescimento do comércio bilateral é uma boa notícia, embora entre janeiro e outubro o país tenha acumulado um déficit com o Brasil estimado por analistas privados em US$2,9 bilhões, um aumento de 396% em relação ao mesmo período de 2009.

- O comércio bilateral está vivendo um novo recorde: cerca de 80% do intercâmbio são de produtos industriais - disse a ministra.

De acordo com a empresa de consultoria Abeceb.com, criada pelo ex-secretário da Indústria argentino Dante Sica, que também participou do evento organizado pelo embaixador brasileiro Enio Cordeiro, a Argentina fechará o ano com um déficit comercial com o Brasil em torno de US$3 bilhões.

Segundo dados da Abeceb.com, as exportações brasileiras para a Argentina alcançaram US$1,654 bilhão em outubro passado, crescendo 26% em relação ao mesmo mês de 2009. Já as vendas argentinas para o Brasil chegaram a US$1,175 bilhão, o que representa um aumento de apenas 6,7% na mesma comparação. Na visão de Débora, o aumento do comércio bilateral foi possível graças à "valorização dos investimentos, um tipo de câmbio competitivo, uma política que castiga a entrada de capitais especulativos, uma política de desendividamento, à acumulação de reservas e aos superávits de ambos os países".