Título: Imprensa estrangeira vê repetição de modelo
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 26/11/2010, O País, p. 3
El País": escolha da equipe econômica foi "compromisso" entre Lula e Dilma
A imprensa internacional repercutiu ontem o anúncio da permanência de Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda, a ida de Miriam Belchior para o Ministério do Planejamento e a promoção do atual diretor de Normas do Banco Central, Alexandre Tombini, para a presidência da instituição no futuro governo de Dilma Rousseff. As edições on-line do jornal americano "The New York Times", do espanhol "El País" e do argentino "Clarín" destacaram que a escolha dos três representa a continuidade do atual modelo de política econômica adotado pelo Brasil.
O "The New York Times" lembrou que o atual presidente do BC, Henrique Meirelles, teria exigido garantias de autonomia da instituição para continuar. "A indicação de Tombini e a permanência de Guido Mantega como ministro da Fazenda sugerem que Dilma vai manter o rumo da política econômica definida por seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva", diz o jornal americano.
Além de noticiar a escolha de Dilma, o jornal espanhol "El País" ouviu analistas:
"A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, confirmou ontem as nomeações-chave de sua nova equipe econômica que, segundo analistas, têm a "cara de Lula" e o "coração de Dilma"", publicou o jornal.
O "El País" diz ainda que a escolha dos três foi um "compromisso" entre Lula e Dilma: "Os três ministros provêm do âmbito do atual governo, ainda que não se tratem dos nomes que Lula tivesse preferido. Por exemplo, o presidente insistiu até o último momento para manter o ortodoxo Henrique Meirelles. Dilma o rejeitou. Ela tem perfil mais técnico que político e quis interromper a tradição dos últimos governos de ter à frente do BC um especialista internacional em política monetária, mais do que a um técnico".