Título: Contratação de 126 vigilantes
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Fonte: Correio Braziliense, 15/07/2009, Política, p. 4

O Senado vai contratar empresa especializada em vigilância. Embora conte com um quadro de policiais legislativos, responsáveis prioritariamente pela segurança dos 81 parlamentares, a Casa definiu nas regras do edital que precisa de 126 homens armados e desarmados. A previsão de gastos é de R$ 762 mil por mês ¿ ou R$ 9,1 milhões anuais. O contrato com a empresa selecionada poderá ser prorrogado por até cinco anos. O pregão está agendado para o próximo dia 27.

Os seguranças deverão atuar em vários locais da instituição, nas portarias de acesso, nas garagens, nos estacionamentos internos e em setores como almoxarifado, expedição e ponto. Os trabalhadores destacados para essas áreas não usaram armas. Ao contrário daqueles que cuidarão dos três edifícios residenciais mantidos na SQS 309, onde estão localizados os apartamentos funcionais destinados aos senadores. O contrato exige ainda da empresa vencedora o fornecimento de dois carros para serem usados pelos supervisores, incluindo combustível, manutenção, seguro e impostos.

Os contratos do Senado são responsabilidade da Primeira-Secretaria, comandada pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Desde o ano passado, têm sido foco de uma série de denúncias sobre supostas irregularidades nas parcerias da Casa com a iniciativa privada, que vão de fraudes nas licitações a contratação de parentes de senadores e diretores. O contrato com uma das empresas que fornecia segurança à instituição foi alvo de investigações da Polícia Federal.

Assim que assumiu o posto, Heráclito determinou uma auditoria nas contratações, até como forma de se descolar das irregularidades atribuídas à gestão anterior, de Efraim Morais (DEM-PB). O pente-fino identificou sobrepreço e excesso de servidores, recomendando a substituição da maior parte das terceirizadas. Por causa da burocracia ¿ não se faz uma licitação em menos de 90 dias ¿, a troca sugerida segue a passos lentos. E, na semana passada, obrigou o primeiro-secretário a prorrogar em caráter emergencial 25 dos 35 contratos mantidos pelo Senado. (MR)