Título: PT mineiro pressiona por mais vagas
Autor: Alvarez, Regina; Fabrini, Fábio
Fonte: O Globo, 29/11/2010, O País, p. 9

Diretório quer pelo menos dois ministérios; volta de Patrus é incerta

BRASÍLIA. O PT mineiro, que foi para o sacrifício na eleição para governador e não lançou candidato próprio, apoiando Hélio Costa, do PMDB, quer mais do que uma vaga para Fernando Pimentel no Ministério do governo Dilma Rousseff. Reivindica pelo menos dois postos no primeiro escalão, o mesmo espaço que tinha em 2003. Mas a volta de Patrus Ananias ao governo não está assegurada. O diretório encaminhou uma lista de quatro nomes à equipe de transição: Pimentel, Patrus, Virgílio Guimarães e Luiz Dulci. Virgílio foi descartado pelo presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, e Dulci encaminhou carta abrindo mão da indicação.

Os partidos da base do governo em Minas - que estiveram unidos na eleição, garantindo a Dilma uma diferença de 1,8 milhão de votos sobre o candidato tucano José Serra - trabalham cada um por si para emplacar seus quadros no governo.

Além de definir a situação dos mineiros, Dilma Rousseff tem que começar a desatar os nós da disputa dos partidos aliados em torno do comando de vários ministérios. Estão complicadas as definições dos ministérios da Saúde, dos Transportes, da Integração Nacional, da Previdência e das Cidades.

No caso dos Transportes, o PR está firme na briga para se manter à frente da pasta, disputada por outros partidos da base, principalmente o PMDB, que controlou o setor no governo Fernando Henrique Cardoso. Um dos nomes que devem ser levados a Dilma é o do deputado Jaime Martins (PR-MG).

O senador Alfredo Nascimento, que deixou a pasta para concorrer ao governo do Amazonas, está praticamente descartado. O senador eleito Eduardo Braga (PMDB), que derrotou Nascimento no Amazonas, vetou seu retorno ao Ministério.

Uma opção do PR seria o nome de Blairo Maggi, eleito senador pelo Mato Grosso, mas ele divide o partido. Para fechar essa equação e manter os Transportes, o PR pode incluir na lista de indicados o atual ministro Paulo Sérgio Passos, que tem perfil técnico e ótimo relacionamento com a presidente eleita.

Para a Saúde, Dilma pensou em médicos conceituados, como Drauzio Varella, mas não fechou um nome. Está com dificuldade também para escolher o novo ministro da Previdência. O posto foi oferecido ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que perdeu a eleição para governador de São Paulo, mas ele tenta outra pasta. A Previdência é considerada quase um fardo, pelo potencial de problemas.

Para os ministérios das Cidades e da Integração Nacional, há disputa forte. O PSB do governador Eduardo Campos (PE) quer ficar com Integração Nacional, estratégico para o Nordeste. E o PMDB quer boa compensação, que poderia ser Cidades, pela perda do Ministério das Comunicações, que deverá ter como titular o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.