Título: Tecnologia é bem recebida na América Latina
Autor: Tavares, Mônica
Fonte: O Globo, 29/11/2010, Economia, p. 19
Disponível para cerca de 74,1 milhões de brasileiros, o sistema nipo-brasileiro de TV digital vem ganhando o mundo, tornando-se padrão em muitos países da América Latina - e já está entrando até na África. Segundo o Ministério das Comunicações, Peru, Argentina, Chile, Venezuela, Equador, Costa Rica, Bolívia e Paraguai já o adotaram. O uso da tecnologia está sendo negociado com o governo do Suriname e de Trinidad Tobago.
O Brasil e o Japão também estão trabalhando para que a tecnologia seja adotada nos 15 países da África, como Angola, Zâmbia e Moçambique.
A África do Sul, que já optou pelo sistema a ser implantado no país, escolheu o sistema europeu DVB. No entanto, no início deste ano, acenou com a possibilidade de rever sua escolha. Desde então, testes do sistema ISDB-T vêm sendo realizados para efeitos comparativos. Semana passada, representantes do governo brasileiro estiveram no país para auxiliar nos testes.
No mercado doméstico brasileiro, o cronograma de implantaçãos está sendo seguido dentro do inicialmente previsto. No total, foram outorgados 219 canais digitais para geradoras e retransmissoras de TV, ou seja, 40% das emissoras do país.
Até julho deste ano, estavam em funcionamento 504 geradoras de TV, sendo 302 comerciais e 202 educativas. As retransmissoras são mais de dez mil. Neste número não estão consideradas as transmissões via satélite.
- Já existem 55 canais digitais em operação nas capitais, entre elas São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Curitiba e Brasília, e 15 em cidades-polo do porte de Campinas e Londrina - disse Luis Roberto Antonik, da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert).
Um ponto importante que ainda começa a ser planejado é como será feito o chamado "apagão", isto é, de que forma o sistema analógico de TV será definitivamente desligado. Um técnico disse que uma experiência bem-sucedida no mundo foi na Espanha, onde o "apagão" não foi feito de uma vez só, mas gradativamente, por regiões.
Nos EUA, o governo precisou adiar duas vezes a data de finalização das transmissões analógicas. Para Antonik, apesar de a norma não prever a possibilidade do desligamento por etapas, esta poderia ser "uma opção inteligente". (MT)