Título: Volta da CPMF fora dos planos iniciais da presidente eleita
Autor: Camarotti, Gerson; Lima, Maria; Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 02/12/2010, O País, p. 3

Garantia foi dada por Dilma a participantes de reunião sobre a saúde

Pelo menos no início de seu governo, a presidente eleita, Dilma Rousseff, não pretende elevar tributos ou recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), derrubada no Congresso em dezembro de 2007, para aumentar as verbas para a Saúde. Seu objetivo principal, especialmente no primeiro ano de mandato, é melhorar a gestão no setor.

A garantia foi dada por Dilma aos participantes de uma reunião sobre os desafios na saúde, incluindo o ministro José Gomes Temporão, o ex-titular da pasta Adib Jatene, diretores de hospitais, secretários estaduais de Saúde, acadêmicos, epidemiologistas e representantes de laboratórios.

Segundo o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), um dos coordenadores da equipe de transição, a busca de recursos para a Saúde não passa, necessariamente, pela volta da CPMF ou pela criação de tributos:

- O primeiro passo é a gestão. Em relação às formas de financiamento no futuro, ela (Dilma) não se furta a discutir essa questão, mesmo porque há várias entidades e pessoas favoráveis à CPMF e contra ela. Falta ainda ouvir e formar a convicção.

Segundo o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que é médico e participou da reunião no CCBB, Dilma lembrou que o governo Lula teve problemas com o fim da CPMF. Porém, frisou que ninguém pode garantir que o aumento de impostos vai melhorar o atendimento na saúde.

A reunião começou com apresentações de Jatene e Temporão. O ministro falou sobre as transformações que estão ocorrendo, com ênfase em tecnologia e alimentação. Jatene defendeu mais verbas. O presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, Helvécio Magalhães Júnior, secretário de Saúde de BH, criticou as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Disse que é preciso enfrentamento sistêmico dos problemas e que não há modelo único a ser seguido.