Título: Rio terá mais 28 voos para os EUA em 2011
Autor: Nogueira, Danielle ; Doca, Geralda
Fonte: O Globo, 08/12/2010, Economia, p. 27

Acordo com governo americano prevê aumento gradual do tráfego aéreo até 2015, quando acaba limite

RIO e BRASÍLIA. Graças ao acordo de céus abertos fechado entre Brasil e Estados Unidos na última sexta-feira, o Rio terá mais 14 voos semanais de empresas brasileiras para aquele país a partir de outubro de 2011, e outros 14 de companhias americanas para a cidade. A mesma política será aplicada aos demais estados brasileiros, com exceção de São Paulo. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) restringiu novos voos para São Paulo em razão dos gargalos nos aeroportos paulistas.

Em outubro de 2012, serão mais 14 do Rio para os EUA, e vice-versa, bem como para os demais estados. Em 2013 e 2014, o número de frequências muda: serão 14 Rio-EUA (e vice-versa), 21 para os demais estados e 14 para São Paulo, desde que os aeroportos paulistas elevem sua capacidade.

Pelo acordo, o número de frequências (voos de ida e volta) entre os dois países será gradativamente ampliado até 2015. A partir dessa data, não haverá mais limites para o tráfego aéreo entre as duas nações, concretizando a chamada política de céus abertos.

O acordo foi assinado pela (Anac e pelo Departamento de Transportes dos EUA. Para entrar em vigor, porém, ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional e pelo Ministério das Relações Exteriores. Os EUA serão o 11ºpaís com quem o Brasil terá acordo de céus abertos.

Na América Latina, objetivo é abertura total de rotas

A ideia é aumentar a oferta de voos, beneficiando o consumidor com preços menores e maior disponibilidade de horários e destinos. Hoje, há voos diretos entre sete cidades brasileiras e 11 americanas. Em 2009, 2,76 milhões de passageiros foram transportados nesses trajetos, colocando os EUA na liderança entre os destinos mais procurados por turistas brasileiros.

O potencial de expansão desse mercado, no entanto, tende a ser suprido pelas companhias estrangeiras. Hoje, o número de frequências entre os dois países está limitado a 154 por semana para as companhias nacionais e 154 para as estrangeiras. Mas, enquanto as frequências destinadas às aéreas americanas - cinco voam para o Brasil - estão todas ocupadas, aqui apenas a TAM tem voos para os EUA e menos da metade (70) das frequências autorizadas.

- Nossas empresas não têm condição de competir. É muito difícil e caro estabelecer operações no exterior. O problema não é abrir o mercado, e sim qual o ritmo dessa abertura - diz José Márcio Mollo, presidente do Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias (Snea).

O Conselho de Aviação Civil (Conac) aprovou na segunda-feira a continuidade dos acordos bilaterais de políticas de céus abertos com o países da América do Sul. O objetivo é eliminar na região o teto para o número de frequência entre os países. A orientação vai além do acordo com os EUA: determina a abertura ampla do quadro de rotas. Uma empresa argentina, por exemplo, poderá levar passageiros do Brasil para outros destinos internacionais.