Título: Presidente insiste em que PAC nao sofrera corte
Autor: Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 10/12/2010, O Pais, p. 17
Peça de marketing da campanha petista, Lula diz que não usou o programa eleitoralmente
Depois de ter atropelado a presidente eleita, Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que disse, nesta semana no Rio, que os cortes do Orçamento do ano que vem devem atingir inclusive as obras do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), o presidente Lula fez questão de dizer ontem que não tem divergências com o seu ministro. Para Lula, foi a imprensa que escreveu errado as declarações de Mantega quando ele disse que era necessário contingenciar o Orçamento também para obras do PAC.
¿ O PAC está mais forte. Vocês viram que ele não falou aqui de tirar verbas do PAC. Vocês escreveram coisa errada. Ele, aqui, só falou coisas positivas ¿ disse Lula ao participar, pela primeira vez, de mais um balanço das obras do PAC. ¿ E não adianta tentar inventar intriga entre eu e o Guido (sic). Não tem. Na dúvida, fique com a versão dele.
Na última terça-feira, diante das declarações de Lula de que nenhum centavo seria cortado do PAC, o Ministério da Fazenda divulgou nota negando a divergência: ¿(...) em relação ao PAC, o ministro disse que a prioridade é terminar os que já estão em andamento, que levam um ano ou dois para terminar. Quanto aos novos projetos do PAC, previstos para 2011, o ministro afirmou que começarão mais lentamente.¿
Ao citar ontem que era a primeira e última vez que participava do anúncio do balanço do PAC, Lula disse também que nunca tirou proveito eleitoral do assunto:
¿ Ninguém pode dizer que eu utilizei o PAC politicamente ou eleitoralmente porque é a primeira vez que venho na apresentação do PAC desde que nós o criamos.
O presidente parabenizou Mantega pelo que qualificou de sucesso da economia e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e, sobretudo, do crescimento com distribuição de renda. Ele também foi elogioso a Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, pela execução do Orçamento.
Em tom de brincadeira, Lula disse que há uma diferença entre o início e o fim de um mandato. E contou para a plateia que, no início do governo, Mantega sempre colocava ao lado do presidente uma latinha de pastilhas. Agora, isso não acontece mais:
¿ Eu já vi agora, nas reuniões com a Dilma, ele coloca a caixinha de pastilhas ao lado da Dilma. Hoje ele chegou aqui, e eu, como estava habituado, perguntei das pastilhas. Ele tinha só uma no bolso. Certamente esqueceu a caixinha na mesa de reunião da Dilma. Tem nada, não! Nada como um dia atrás do outro, Guido.