Título: Presidência de Furnas também pode ter técnico
Autor: Doca,Geralda
Fonte: O Globo, 11/12/2010, O Pais, p. 9

Grupo de Eduardo Cunha perderá o comando da estatal

BRASÍLIA. Rossano Maranhão é economista e fez carreira no Banco do Brasil. Depois de dirigir a área de negócios internacionais, chegou à presidência da instituição, onde permaneceu por dois anos. Foi o responsável pelo ingresso do BB no Novo Mercado da Bovespa, que exige regras de transparência na gestão corporativa.

Durante a sua gestão no BB, Rossano se posicionou contrário às ingerências do PT na instituição. Conseguiu bons resultados principalmente nas captações externas, com prazos maiores e juros menores, além de expansão da carteira de crédito, no número de clientes e agentes.

Depois de dois anos no comando do banco, ele deixou a presidência em 2006, quando o ministro da Fazenda Guido Mantega assumiu a pasta no lugar de Antonio Palocci, o futuro ministro da Casa Civil.

A presidente também está decidida a tirar Furnas do grupo do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e também já avisou que não está disposta a aceitar a indicação do senador Hélio Costa (PMDB-MG), derrotado na eleição para o governo estadual. Dilma tem dito a pessoas próximas que Costa não fez um bom trabalho à frente do Ministério das Comunicações.

A presidente eleita pretende pôr um técnico também na presidência de Furnas. Mas pode não ser uma tarefa muito fácil. Tentará aplacar a ira do PMDB, que perdeu espaço no primeiro escalão, mantendo sob indicação do partido a presidência da Eletronorte e uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal.

Gabas deve ficar como assessor de Paulo Bernardo

Outro nome já confirmado para o segundo escalão é do atual ministro da Previdência, Carlos Gabas. Ele será um dos principais auxiliares do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo: poderá assumir a secretaria-executiva da pasta ou a presidência dos Correios, outra estatal que Dilma pretende arrumar. Ligado ao PT de São Paulo, Gabas é tido como um técnico que resolve problemas. A atual presidente da Caixa Econômica, Maria Fernanda Coelho, deverá continuar à frente da instituição.