Título: Caso Bruno: juiza adia decisão sobre júri popular
Autor: Herdy, Thiago
Fonte: O Globo, 11/12/2010, Rio, p. 21

Atraso, devido à ação do advogado de um dos réus, pode empurrar a decisão para janeiro

BELO HORIZONTE. A juíza Marixa Fabiane Lopes adiou por tempo indeterminado a decisão que poderia mandar o goleiro Bruno Fernandes e outros oito acusados de participação no desaparecimento e morte de Eliza Samudio a júri popular. A decisão, que seria divulgada ontem, foi adiada porque o advogado do réu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apresentou, na noite de anteontem, apenas alegações preliminares solicitando a anulação do julgamento. A magistrada considerou o documento insatisfatório, por não entrar no mérito do processo e na defesa do réu.

Até a próxima segunda-feira o advogado de Marcos Aparecido, Zanone Oliveira Júnior, deverá apresentar as alegações finais do seu cliente. Se não o fizer, a juíza nomeará na terça-feira um novo defensor para o réu, acusado de ter executado Eliza.

A demora em apresentar as alegações finais atrasa o processo, e assessores do Tribunal do Júri de Contagem, na Grande Belo Horizonte, não sabem dizer se haverá uma decisão para o caso antes de 17 de dezembro, sexta-feira, último dia do calendário forense. Com isso, a decisão ficaria para janeiro.

Na quinta-feira, o chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida, da Polícia Civil mineira, o delegado Wagner Pinto, prestou o último depoimento do processo de pronúncia, a pedido dos advogados de defesa dos réus.

Nas alegações finais do Ministério Público, o promotor do caso, Gustavo Fantini, pediu que sejam levados a julgamento oito dos nove acusados: o ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, Luiz Henrique Romão (Macarrão), Marcos Aparecido dos Santos (Bola), Sérgio Rosa Sales, Wemerson Marques de Souza (Coxinha), Dayanne Souza (ex-mulher de Bruno), Fernanda Gomes de Castro e Elenilson Vitor da Silva.

Promotor pede absolvição do motorista do goleiro

Fantini pediu a absolvição do motorista de Bruno, Flávio Caetano de Araújo, por considerar que não há provas suficientes contra o acusado. Para os advogados da família de Eliza Samudio, também não há provas contra cinco dos nove dos réus, por isso apenas Bruno, Macarrão, Bola e Sérgio deveriam ir a julgamento.