Título: Governo fará campanha para nova nota de real
Autor: Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 11/12/2010, Economia, p. 34
Marketing educativo custará R$10 milhões. Serão lançadas 66 milhões de cédulas na próxima segunda-feira
BRASÍLIA. A mudança das cédulas do real vai ser acompanhada por uma intensa campanha de marketing educativo, que estará nas ruas já na próxima quinta-feira, três dias depois do lançamento oficial da segunda família do real, conforme antecipado ontem pelo GLOBO. Para tanto, o Banco Central (BC) está investindo R$10 milhões, para propagandas na TV, rádio, jornais, revistas e internet. Isso porque, já na segunda-feira, será colocado em circulação em todo o país o primeiro lote das novas notas: serão 42 milhões de cédulas de R$50 e outros 24 milhões de R$100, dando início ao processo de substituição.
As novas notas de R$20 e R$10 deverão entrar em circulação em meados de 2011 e, na terceira e última etapa, o início da circulação das novas notas de R$5 e R$2 será um ano depois.
Há um mês o BC começou a distribuir para suas sedes regionais as cédulas de maior valor. Em seguida, encaminhou-as aos bancos comerciais para que sejam introduzidas no mercado. A autoridade monetária também já fez todos os testes em terminais de autoatendimento nos bancos para que recebam as novas cédulas.
No início do ano, como adiantou O GLOBO em sua edição de 24 de janeiro, o BC divulgou que estava trocando as notas, criando a segunda família do real, com o objetivo de combater a falsificação e facilitar a vida dos usuários.
Notas de R$100 e R$50 terão hologramas
As novas notas trarão inéditos e importantes elementos de segurança. No caso das de R$100 e R$50, elas receberão hologramas que ficarão no lado esquerdo, uma novidade, já que as cédulas atuais desses valores não possuem esse recurso.
A faixa holográfica somente existia até agora nas notas de R$20. Mas, nas novas que entrarão em circulação desse valor, deixarão de existir. Em seu lugar, virão outros elementos de segurança, como impressões feitas com tintas opticamente variáveis, que também estarão presentes nas notas de R$10. Ou seja, mudam de cor conforme a movimentação da nota.
Outro novo elemento de segurança é o quebra-cabeça, cuja forma é parecida com a de um chip, localizado do lado esquerdo das novas notas. Esse recurso é o registro coincidente que, colocado contra a luz, forma os números dos valores de cada nota.
As cédulas da segunda família do real também são confeccionadas com papel mais resistente, que já embute o fio magnético e outros fios invisíveis. Estes, quando colocados sob uma luz ultravioleta, ficam perceptíveis.
Outra mudança são impressões em autorrelevo em diversos lugares. Isso facilita sobretudo a vida dos deficientes visuais, bem como os tamanhos diferenciados que cada nota terá, proporcionais aos valores. As cédulas de R$100, por exemplo, serão de 15,6 centímetros (cm) por 7 cm, enquanto as de R$50, de 14,9 cm x 7 cm. As de R$2 serão de 12,1 cm x 6,5 cm.
As notas de menor valor, de R$5 e R$2, também receberão um revestimento envernizado, para melhorar sua durabilidade. Elas são as mais usadas e têm vida útil em torno de apenas um ano. As notas maiores, de R$50 a R$100, por exemplo, conseguem ficar no mercado por três anos. As novas notas, por causa dos elementos de segurança e de impressão, terão uma vida útil 20% maior do que as que já circulam.
As notas antigas continuarão valendo e, por isso, a população não precisará trocá-las pelas novas. Isso acontecerá naturalmente, por meio do recolhimento periódico feito pelos bancos e pelo BC das notas em mau estado de conservação. Mas, para comemorar a entrada em circulação, o BC montará uma estrutura em suas sedes regionais ¿ nas principais capitais do país ¿ apenas nesta segunda-feira para quem quiser trocar as notas antigas pelas novas.