Título: Alerta para risco ambiental
Autor: Nogueira, Danielle
Fonte: O Globo, 12/12/2010, Economia, p. 43

O oceanógrafo David Zee, professor da Faculdade de Oceanografia da Uerj, alerta para o risco ambiental da exploração mineral marinha. Ele não é contrário à atividade, mas enfatiza que, por ser uma experiência nova no Brasil, o zelo deve prevalecer sobre a busca de resultados.

- O risco é sempre o desequilíbrio do ecossistema. Por isso, a cautela deve prevalecer - diz.

Uma das maiores preocupações é com a exploração de calcário a partir das chamadas algas calcárias, cujo esqueleto é feito à base dessa substância. Quando mortas, elas se acumulam no fundo do mar, formando uma espécie de recife, em torno do qual se formam "verdadeiras cidades submarinas".

- Além de servir como base de sustentação para vários organismos, elas ajudam a fixar o carbono, contribuindo para reduzir emissões de gases do efeito estufa - afirma Zee.

Essas algas são geralmente encontradas entre dez e 120 metros de profundidade e se concentram no litoral do Espírito Santo, segundo ele.

O chefe da Divisão de Geologia Marinha do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Kaiser Gonçalves de Souza, frisa a importância de se ampliar o conhecimento da riqueza mineral marinha.

Esta semana ele e outros técnicos do governo estiveram reunidos no Rio para traçar o plano de estudos para o período 2011-2014. Hoje, o órgão, em parceria com universidades, têm projetos de pesquisa de ouro (PA/MA); diamante (BA); minerais pesados (ES), entre outros.

- O objetivo é identificar áreas que podem abrigar jazidas - diz Souza. (Danielle Nogueira)