Título: OCDE: crise na UE é de longo prazo
Autor: Freitas, Andrea
Fonte: O Globo, 14/12/2010, Economia, p. 24

Para organização, região não retomará trajetória pré-crise

Do New York Times

BRUXELAS. Os choques econômicos dos últimos dois anos podem afetar permanentemente a zona do euro, revelou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) num relatório divulgado ontem. A pior recessão da era do pós-Guerra, seguida de crises de dívida soberana em vários países da região, ¿tem sido o maior teste de resistência sobre a zona do euro desde a união monetária¿, revelou a OCDE em seu relatório econômico sobre os 16 países da zona do euro.

Os problemas de mau gerenciamento, inclusive alto endividamento e desequilíbrios nas balanças comerciais, começaram ¿durante o período de crescimento¿, nos anos antes da crise financeira, e serão mais difíceis de ser resolvidos agora, aponta o relatório. Assim, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos na região) ¿pode nunca retornar a sua trajetória pré-crise¿, aponta o relatório. Estimativas ¿sugerem uma redução máxima para a zona mais ampla do euro de cerca de 3% da produção potencial¿.

O relatório é divulgado num momento em que os chefes de Estado e governo do bloco se preparam para uma reunião de cúpula esta semana. A meta é buscar um consenso sobre um mecanismo para lidar com futuras crises de dívida soberana, como as que forçaram Grécia e Irlanda a buscarem ajuda internacional.

Exemplificando seu clamor por medidas duras, a OCDE anunciou que a União Europeia (UE) deveria ser preparada para retirar a assistência financeira oferecida aos membros em crise se eles não cumprirem a promessa de reestruturar suas finanças. Mas a OCDE reconhece que as medidas de austeridade adotadas para conter a crise afetarão o crescimento.