Título: Senado dos EUA prorroga alívio fiscal
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Fonte: O Globo, 14/12/2010, Economia, p. 25

Projeto polêmico de Obama sobre imposto de ricos vai à Câmara

WASHINGTON. O pacote de impostos do presidente Barack Obama passou no seu primeiro teste. A votação ainda continuava ontem à noite, mas o projeto já havia garantido mais do mínimo necessário para ser aprovado, ao obter 62 votos dos cem assentos no Senado. A medida seguirá agora para a Câmara dos Representantes, onde deve ser votada até o fim da semana. Lá, o projeto enfrenta maior resistência, mas mesmo assim espera-se que seja aprovado.

O pacote de US$858 bilhões prorroga os descontos do Imposto de Renda concedidos na era Bush. A maior resistência está entre os democratas, que acusam Obama de ter cedido aos republicanos, que ganharam maior influência após as eleições legislativas.

O líder dos democratas na Câmara dos Representantes, o deputado Steny Hoyer, pretende levar a medida para a sanção do presidente Obama ainda no fim da semana. Segundo ele, o Imposto de Renda subirá uma média de US$3 mil por domicílio se o Congresso não aprovar sua extensão até 1º de janeiro.

Muitos economistas dizem que o pacote de Obama pode estimular a precária economia americana, em parte pelo crédito de imposto na folha de pagamentos e a extensão dos benefícios do seguro-desemprego, num momento em que o Congresso demonstrou pouco apetite por esforços de estímulo baseados em gastos públicos. Eles estimam que o pacote de impostos poderá gerar crescimento econômico no próximo ano em até um ponto percentual, talvez levando a economia a crescer acima de 4%.

A agência Moody¿s alertou, porém, que a medida põe os EUA mais perto de perder seu rating ¿AAA¿. O relatório da agência dá munição aos democratas na Câmara, que reclamam que a medida concede demais aos 2% mais ricos do país, que enfrenta um déficit fiscal recorde.

Pesquisa publicada ontem pelo jornal ¿USA Today¿ revelou que 49% dos americanos apoiam o pacote de corte de impostos. Um terço dos entrevistas é contra e um em cada cinco não soube dizer.