Título: Contingenciamento pode ser de R$25 bi
Autor: Martin, Isabela
Fonte: O Globo, 15/12/2010, O País, p. 11

Medida só deve ser tomada em fevereiro, e será menor que a feita este ano

BRASÍLIA. As equipes econômicas atual e do futuro governo trabalham com a necessidade de contingenciamento (corte) de verbas no Orçamento da União de 2011, em fevereiro, de pelo menos R$25 bilhões. Se esse número se confirmar, ficará abaixo do contingenciamento que o governo Lula fez em 2010, que foi de R$29,4 bilhões. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, voltou a manifestar contrariedade com o aumento de receitas e despesas aprovadas no Congresso, reconheceu que os cortes só virão ano que vem e engrossou o discurso contra um salário mínimo acima de R$540. O novo valor do mínimo precisa ser definido até 31 de dezembro.

Bernardo admitiu que os ajustes no Orçamento de 2011, antes de sua aprovação, estão sendo feitos com diálogo, ou seja, sem a apresentação de uma lista oficial de cortes. O acordo político foi de fazer um corte interno de R$3 bilhões na elaboração do parecer final do Orçamento, o que significa não gastar toda receita nova encontrada.

- Oferecemos nossa colaboração para os cortes, e estamos tentando fazer em comum acordo, porque descobrimos que algumas coisas que íamos cortar, eles (os parlamentares) já tinham cortado - disse o ministro do Planejamento. - Fiquei contrariado com esse aumento de R$10 bilhões (de receita administrada de impostos). Teremos que fazer adequações.

A nova relatora geral do Orçamento, a senadora petista Serys Slhessarenko (MT), disse esperar "um corte pequeno":

Paulo Bernardo insistiu que o governo não aceitará mínimo acima de R$540:

- Nossa posição é manter a política implementada em 2005, que é reajustar pela inflação.

Mas a CUT e outras sindicais prometem barulho hoje, inclusive no Palácio do Planalto, em defesa de um mínimo de R$580. Também vão levar o pleito em encontro que Lula terá às 15h com representantes de movimentos sociais.