Título: ANP diz que cota extra foi autorizada
Autor: Otavio, Chico; Menezes, Maiá
Fonte: O Globo, 05/12/2010, O País, p. 3
Magro afirma que conversou apenas com homônimo de diretor investigado
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que a cota extra de gasolina A foi autorizada a "várias distribuidores que eram clientes da Refinaria de Manguinhos que à época estava com problema de fornecimento de correntes de gasolina A". De acordo com a agência, a cota foi autorizada com base em notas do corpo técnico da Superintendência de Abastecimento, "tendo em vista o risco de desabastecimento e dentro das atribuições legais da ANP".
Manguinhos, através de sua assessoria , disse que a Reduc nunca vendeu gasolina para a refinaria e que o pleito jamais foi feito à ANP.
Segundo Manguinhos, não seria necessária autorização da ANP para fazer essa operação.
De acordo com a ANP, a Tiger Oil teve a revogação de seu registro publicada no Diário Oficial do dia 22 de outubro de 2010, "após responder processo administrativo por não movimentar produto por prazo superior a seis meses. Ainda segundo a agência, ela estava impedida de movimentar produtos havia cinco anos. Manguinhos disse desconhecer o parecer da ANP.
Sobre as gravações, a ANP não se manifestou. Manguinhos afirmou que "ainda não teve cópia do procedimento sigiloso", por isso não se manifestaria. Ricardo Magro, através da assessoria, disse ainda que nunca conversou com Edson Menezes Silva, mas apenas com seu homônimo, o qual era o representante do Grupo Peixoto de Castro, antigos controladores da Refinaria.
Manguinhos encerra a nota afirmando que "a Refinaria de Manguinhos, empresa listada em bolsa e em dia com as suas obrigações legais, ressalta que os repórteres se baseiam em um material que detém sigilo judicial. Como a empresa não teve acesso a seu conteúdo, afirma que as conclusões não passam de simples ilações, sem qualquer fundamento na realidade".
O senador Edison Lobão e seu filho, o suplente de senador Edison Lobão Filho, foram procurados ontem, desde cedo, mas não responderam aos pedidos de esclarecimentos. O assessor de imprensa do gabinete de Lobão, jornalista Alexandre Jucar, informou que estava com dificuldades de localizá-los. Ele ficou de repassar a ambos uma mensagem, enviada por e-mail, citando todos os pontos da reportagem, mas também não houve resposta.