Título: Dilma e Lula ficam pouco mais de uma hora em coquetel
Autor: Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 18/12/2010, O País, p. 12

Os ministros Mantega e Paulo Bernardo não foram ao evento

BRASÍLIA. O coquetel oferecido pelo presidente Lula no Itamaraty à presidente eleita, Dilma Rousseff, e ao vice eleito, Michel Temer, ontem à noite no Itamaraty, para comemorar a diplomação dos dois, reuniu cerca de 300 pessoas. Foram distribuídos 400 convites, com direito a acompanhante, o que significaria, em tese, 800 convidados. O coquetel foi protocolar. Dilma e Lula chegaram ao Itamaraty às 19h10m e saíram às 20h25m, sem falar com a imprensa. Entre convidados, atuais e futuros ministros, parlamentares, diplomatas e petistas. Dilma vestia o mesmo traje da diplomação.

Alguns convidados tiveram participação relâmpago no coquetel. Foi o caso do futuro ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB-MA), que ficou cerca de 15 minutos. Meio perdido, não sabia onde era a escada para o salão nobre.

A deputada Iris de Araújo (PMDB-GO), de vestido azul florido, lamentou não ter podido tirar uma foto com a presidente eleita "para mostrar o vestido". Ela disse que, por pouco, não foi uma Marilyn Monroe na famosa cena em que a diva tem seu vestido levantado pelo vento que sai de um bueiro.

Futuro ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) - que ao sair da diplomação disse que não precisava mais ir ao Itamaraty, porque já tinha visto a presidente eleita- mudou de ideia. E foi ao coquetel. Ao ser questionado quem era mais assediado - Lula ou Dilma - mostrou por que, apesar da voz mansa e do jeito tranquilo, foi governador, presidente do Senado e será ministro:

- Eu, como vou ser ministro da Dilma, digo que ela era a mais assediada.

Garibaldi procurou minimizar o descontentamento do PMDB com os cargos obtidos no futuro governo Dilma. Ao falar sobre quem eram os mais alegres no coquetel, Garibaldi entregou:

- O Henrique (Eduardo Alves, líder do partido), o Temer e o Eduardo Cunha (que não é líder, mas lidera vários deputados da sigla) são os mais animados do partido.

Candidato do PT à Presidência da Câmara, Marco Maia (RS), disse que, no breve abraço que deu na presidente eleita, trocou impressões sobre a eleição para o comando da Casa, marcada para o início de fevereiro:

- Ela me perguntou como estavam as conversas para a presidência e lhe respondi que estamos conversando muito e que para nós é importante a autonomia do Legislativo.

O presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), chegou quando Temer, Dilma e Lula já tinha saído. Paulo Bernardo, ministro do Planejamento e futuro ministro das Comunicações, e Guido Mantega, da Fazenda, não compareceram. Já o futuro presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, num gesto cortês, desceu do salão nobre para buscar o atual comandante da autoridade monetária, Henrique Meirelles.