Título: Alívio fiscal também para caminhões
Autor:
Fonte: O Globo, 18/12/2010, Economia, p. 28

Governo prorroga redução de IPI para máquinas e veículos de carga

BRASÍLIA. Após a construção civil, agora foi a vez dos setores de bens de capital e automotivo conseguirem dobrar o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Como antecipou o GLOBO, o governo prorrogou por um ano a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para máquinas, equipamentos, caminhões e veículos comerciais leves (como picapes). Mantega já havia prometido estender o IPI menor para materiais de construção. Juntas, todas essas benesses terão um custo de R$3,5 bilhões para os cofres públicos.

Os incentivos venceriam no fim de 2010 e foram prorrogados para dezembro de 2011. A desoneração do IPI foi um dos principais instrumentos usados pela equipe econômica para estimular a economia durante a crise mundial iniciada no fim de 2008. Mas o setor produtivo fez fortes pressões para que os benefícios fossem prorrogados.

Para alguns segmentos, como veículos de passeio e produtos da linha branca, a prorrogação ocorreu ao longo de 2009 e acabou este ano. No entanto, os técnicos da área econômica defendem que produtos como materiais de construção e bens de capital são importantes num momento em que é preciso garantir investimentos que mantenham o crescimento elevado.

O único problema é fechar a conta do ponto de vista fiscal. A ordem da presidente eleita Dilma Rousseff é fazer um ajuste nas despesas de forma que o governo consiga cumprir a meta cheia de superávit primário, fixada em 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2011. Essa operação implicará numa redução de gastos de, pelo menos, R$40 bilhões, sendo que o governo não contará com a ajuda de malabarismos fiscais que foram usados em 2010, ajudando a inflar as receitas. Além disso, Dilma se comprometeu com medidas como a desoneração da folha de pagamento das empresas, que é considerada essencial para dar mais competitividade à indústria nacional.