Título: Assessora de Wagner é cotada para ser ministra
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 20/12/2010, O País, p. 4
Luiza Barrios deverá comandar Secretaria de Igualdade Racial
BRASÍLIA. Outro nome certo para integrar o governo Dilma Rousseff é o da gaúcha radicada na Bahia Luiza Barrios, que deverá comandar a Secretaria da Igualdade Racial. Atual secretária de Promoção Social do governo Jaques Wagner (BA), Luiza é negra, formada em administração e tem ampla militância na área de movimentos negros na Bahia.
Com a decisão política de Dilma de cobrir uma cota de um terço de mulheres em seu governo, quem tinha sugestões de técnicos ou políticos compatíveis com esse requisito, como Wagner e o governador Marcelo Déda (SE), conseguiram que suas indicações fossem aceitas. Além de Luiza Barrios, os dois devem emplacar também a engenheira agrônoma Lúcia Falcón - baiana radicada em Sergipe - na pasta da reforma agrária.
Essa nomeação depende, porém, de uma ação de Dutra para administrar a guerra da corrente Democracia Socialista (DS), especialmente a ala gaúcha, com os governadores nordestinos. A corrente que hoje detém a pasta quer a manutenção de Guilherme Cassel ou mesmo a volta de Miguel Rosseto, ambos do Rio Grande do Sul.
Luciana Santos deve assumir o Ministério do Esporte
No Ministério do Desenvolvimento Social, o nome é mesmo o da assessora da Casa Civil Tereza Campello. E no do Esporte, contra a vontade da cúpula do PCdoB, a tendência é Dilma confirmar o convite à ex-prefeita de Olinda e deputada eleita Luciana Santos. No dia da diplomação de Dilma, pela primeira vez o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, admitiu a hipótese de Luciana ser confirmada no lugar de seu nome preferido, o atual ministro Orlando Silva.
Com essas pastas definidas, Dilma tem que se debruçar hoje e amanhã para resolver um dos problemas mais difíceis para fechar os ministérios: onde vai encaixar o deputado Ciro Gomes na cota do PSB, sem atropelar o governador de Pernambuco e presidente do partido, Eduardo Campos. Ele tinha outros planos para as pastas de Integração Nacional e Secretaria de Portos e Aeroportos. Com a entrada de Ciro, Campos pressiona por uma terceira pasta, como compensação, mas não deverá ter.
E ainda está absolutamente indefinido, segundo uma fonte da transição, quem vai comandar o Ministério da Cultura, no qual Dilma também pretendia ter um nome de projeção no setor. (Maria Lima)