Título: O desafio de passar a ser um nome nacional
Autor: Camarotti, Gerson; Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 22/12/2010, O País, p. 3

Para aliados, o fato de Luiz Sérgio já ter sido líder no Congresso ajuda

BRASÍLIA E RIO. Mais conhecido por políticos de seu estado natal do que por parlamentares, governadores e prefeitos no restante do país, Luiz Sérgio talvez tenha como principal desafio justamente assumir uma função que exige articulação nacional.

- Luiz Sérgio já passou por tudo o que você imagina, tem todas as condições de administrar bem essa interlocução do Executivo com o Legislativo - opina o deputado André Vargas, secretário de Comunicação do partido.

Para Alberto Cantalice, o fato de Luiz Sérgio já ter sido líder no Congresso o habilita ao cargo. Segundo Cantalice, a indicação é uma forma de prestigiar a ala fluminense do partido, frente ao peso do PT paulista.

- Essa indicação representa um reconhecimento do PT do Rio - acrescenta Jorge Bittar, para quem o futuro ministro terá como "missão" também defender os interesses do Rio. - Ele vai ser ministro de todo o país, mas também terá essa tarefa. Por exemplo, defender o Rio no caso dos royalties do petróleo.

Conterrâneos de outros partidos, no entanto, acreditam que o deputado não tem cacife para desempenhar a difícil tarefa de conciliar os interesses do governo com os dos parlamentares.

- Ele não tem brilho nenhum. É extremamente ligado ao esquema do PT. Vai ser obediente - diz um deputado carioca.

A opinião é refutada pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Segundo ele, Luiz Sérgio teve atuação brilhante na campanha ao governo do estado. Seu empenho pela reeleição de Cabral foi tanta, que gerou até rixas internas. No PT, opôs-se ao lançamento da candidatura Lindberg Farias, pela adesão a Cabral.

- O Rio está de parabéns com a nomeação de Luiz Sérgio. Foi um gol de placa da Dilma - opinou Dornelles.