Título: Patriota estaria por trás da reaproximação
Autor: Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 31/12/2010, O País, p. 5

Futuro chanceler tem bom trânsito com autoridades americanas

BRASÍLIA. Nos bastidores da diplomacia, o que se comenta é que os EUA perceberam que precisam de outros parceiros internacionais, e o Brasil é um deles. Os interesses se expandem para os mais diversos campos: político, social e econômico.

- É claro que não estamos 100% de acordo em nossa agenda bilateral, mas quanto mais intensa a relação, maior o número de contenciosos. Brasil e EUA são duas democracias multiculturais e multirraciais, pontos de aproximação - comentou uma fonte.

A peça chave nessa reaproximação tem nome: Antonio Patriota, futuro chanceler brasileiro, ex-embaixador do Brasil nos EUA e até ontem secretário-geral do Itamaraty. Ele tem bom trânsito com autoridades americanas e é o arquiteto de um mecanismo bilateral de consultas, criado há alguns anos.

Já Dilma Rousseff, lembraram fontes da área diplomática, despertou, de forma positiva, a atenção dos EUA em pelo menos dois momentos. Na esfera econômica, por ter mostrado a capacidade de construir parcerias em segmentos nobres, como biotecnologia e biocombustíveis, ao presidir o Fórum de COs Brasil-EUA. Politicamente, pesou o fato de, embora Dilma tenha recusado o convite para um encontro com Obama antes de tomar posse, ela ter escolhido o jornal "Washington Post" como o único veículo de comunicação impresso a entrevistá-la após ser eleita.