Título: Palocci: Tenho certeza de excelente entendimento
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 02/01/2011, O País, p. 11

Novo ministro da Casa Civil diz acreditar numa relação amistosa e de respeito com o Congresso e o Judiciário

BRASÍLIA. Homem forte do governo Dilma Rousseff e apontado como o principal interlocutor do Palácio do Planalto com o Congresso, o novo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, aposta numa relação amistosa e de respeito entre a nova presidente da República e os demais poderes da República. Ao GLOBO, o ministro disse ontem que a nova presidente tem total convicção da necessidade de respeitar a autonomia dos poderes.

- Eu tenho certeza de que a presidente Dilma terá um excelente entendimento com o Congresso Nacional. Ela sabe da importância tanto do Legislativo quanto do Judiciário. Sabe que os três poderes da República são autônomos e que os três poderes podem ser parceiros nas questões relevantes para o país.

Antonio Palocci, que resgata o papel de articulação política na Casa Civil, chegou ao Congresso quase uma hora antes do início da solenidade de posse de Dilma. Mas, reafirmando o estilo reservado dos últimos tempos, procurou uma sala longe do burburinho para se refugiar, e fugir da imprensa.

Ao subir para o plenário, também optou pelo elevador privativo, que dá acesso direto ao plenário, sem ter que passar pelo comitê de imprensa ou pelo Salão Verde. Apesar de chegar mais cedo e de encontrar lugares vazios nas primeiras fileiras, o ministro Palocci optou por um lugar mais ao fundo do plenário.

Como ministro-chefe da Casa Civil - pasta de onde saiu a sucessora do presidente Lula, mas que também já derrubou dois ministros, José Dirceu e Erenice Guerra -, Palocci também fará a ponte entre Dilma Rousseff e setores diversos da sociedade, em especial os empresários. Mas está determinado a, segundo pessoas mais próximas a ele, manter um estilo reservado, longe dos holofotes o mais que puder.

Palocci retorna a um dos postos mais importante da Esplanada dos Ministérios depois do desgaste sofrido em 2006 com o chamado caso Francenildo - ele chegou a ser acusado de ter autorizado a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, mas foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal.