Título: Temer: passaporte diplomático para mulher e filho
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 11/01/2011, O País, p. 11

O vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB), usou a prerrogativa do cargo de deputado, no ano passado, para pedir passaporte diplomático e visto para sua mulher, Marcela Temer, e o filho mais novo, Michel Filho, que viajaram ao exterior para fazer turismo.

No levantamento feito pela Segunda Secretária da Câmara, de fevereiro de 2009 e janeiro deste ano, constam pedidos de visto de turismo de Michelzinho e Marcela para uma viagem a Nova York entre 10 de junho e 10 de julho do ano passado. Para Michelzinho, há ainda outro pedido de visto, junto com o pedido de passaporte, para 30 de julho a 30 de agosto do ano passado.

O levantamento mostra ainda um pedido de visto para viagem do próprio Temer, a turismo, para Dubai, entre 25 de março e 4 de abril de 2010. Por meio de sua assessoria, Temer explicou que os pedidos de passaporte e visto de sua mulher e do filho, de 2 anos, foram feitos porque a intenção era viajarem juntos para Nova York, mas a viagem acabou não acontecendo.

No caso do visto de Dubai, o pedido foi feito porque Temer faria uma viagem à China, a convite do governo chinês, e teria que fazer uma escala em Dubai. A viagem, segundo sua assessoria, também não aconteceu. A assessoria afirmou que não há irregularidade no pedido de passaportes diplomáticos para sua mulher e seu filho porque a lei permite.

O levantamento da Segunda Secretaria mostra ainda que a prática de pedir passaportes diplomáticos e vistos para cônjuges ou filhos, em viagens de turismo, é usada por vários deputados. A lista mostra pedidos feitos por deputados que hoje ocupam cargos no Ministério, como os novos ministros de Relações Institucionais, Luiz Sérgio (PT), o do Turismo Pedro Novais (PMDB), e Antonio Palocci (Casa Civil).

Ontem, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) - que também aparece no levantamento com pedido de revalidação do passaporte para sua companheira, Silvia Tejadas - defendeu a emissão de passaportes diplomáticos pela Casa. Segundo ele, a Câmara agiu dentro da lei.