Título: Governo estuda pagar emendas de 2010
Autor: Gois, Chico de; Damé, Luiza
Fonte: O Globo, 06/01/2011, O País, p. 5

Medida é forma de agradar à base aliada, que tem reclamado da baixa execução

BRASÍLIA. Mesmo diante dos estudos na área econômica para fechar o valor do corte (ou contingenciamento) no Orçamento de 2011, o governo Dilma Rousseff começará a desarmar uma bomba que caiu em seu colo: o pagamento das emendas parlamentares de 2010. Parlamentares da base aliada, sobretudo do PMDB, têm reclamado que o Palácio do Planalto pagou muito pouco das emendas em 2010; a execução teria ficado em menos de 50%, deixando deputados e senadores com discurso vazio.

Para conter a rebelião, o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, telefonou para sua colega do Planejamento, Miriam Belchior, pedindo que ela providencie um levantamento sobre o estágio dessas emendas. Luiz Sérgio quer saber quantas estão empenhadas, quantas foram pagas, em que etapa está o projeto a ser beneficiado pelas emendas e o montante a ser liberado.

A intenção do ministro é liberar o pagamento das emendas cujos projetos e obras já estão sendo executados ou foram contratados. É a primeira medida do novo governo para tentar agradar a seus aliados no Congresso. É preciso, porém, concretizar o pagamento dos chamados "restos a pagar" do ano passado. Cada parlamentar tem direito a apresentar emendas no total de R$2,5 milhões ao Orçamento.

Em outro ponto que contraria os aliados não haverá concessão. Dilma manterá o grupo que integra a coordenação de governo, formado, em sua maioria, por petistas. A exceção é o vice-presidente, Michel Temer (PMDB).