Título: Chuvas: desabamento de prédio em Nova Friburgo mata duas pessoas
Autor: Mascarenhas, Gabriel; Braga, Ronaldo
Fonte: O Globo, 12/01/2011, Rio, p. 14

Acidente deixa dois feridos; em Duque de Caxias, quatro mil ficam sem luz

A chuva que começou anteontem e continuou ontem em vários pontos da capital, da Região Metropolitana e do interior provocou estragos, duas mortes e deixou outras duas pessoas feridas em Nova Friburgo, onde um prédio de cinco andares desabou no bairro de Olaria. O desmoronamento aconteceu ontem à tarde. No início da noite, o corpo da menina identificada apenas como Ashley, de 9 anos, foi retirado pelos bombeiros. Mais cedo, Francisco Jurandir, de 67, foi resgatado com vida, mas morreu no Hospital Municipal Raul Sartã, onde permanecem internados um bebê de 10 meses e um menino de 10 anos.

Segundo o coordenador da Defesa Civil de Friburgo, coronel Roberto Robadey, desde 2007 a cidade não registrava mortes causadas pela chuva. De acordo com ele, 13 famílias estão desalojadas. O edifício que desabou, onde moravam cerca de 24 pessoas, ficava numa encosta. Ao desmoronar, por volta das 16h, destruiu parcialmente um conjunto de casas geminadas, localizadas também em área de risco. A chuva começou a castigar Friburgo às 19h de anteontem e só parou às 20h de ontem. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 92 milímetros na cidade.

Empresário diz que teve prejuízo de R$300 mil

Em Duque de Caxias, quatro mil pessoas ficaram sem luz. No início da tarde, o Centro Empresarial Washington Luís, na Rodovia Washington Luís 2.970, completou 20 horas sem energia elétrica. O complexo tem três blocos de sete andares, onde estão situadas várias empresas, como a Petrobras.

¿ Temos 38 empregados de braços cruzados. Meu prejuízo é de quase R$300 mil ¿ reclamou Eliseu Drumond, dono da empresa Transreta.

A Light disse que os problemas foram causados pela chuva e que a distribuição no centro comercial foi normalizada às 18h de ontem. A empresa admitiu, porém, que até 20h ainda havia pontos na cidade sem luz.

Ainda em Caxias, a Washington Luís, no km 115, próximo à Reduc, ficou com duas faixas interditadas na pista sentido Petrópolis, por causa de um alargamento nas pontes sobre o Rio Iguaçu. Foi adotada uma faixa reversível para atender ao fluxo de veículos em direção à Região Serrana.

Na altura de Três Rios, uma queda de barreira interditou parcialmente a via, no km 12, no sentido Rio.

As chuvas também causaram desmoronamentos em outras estradas. Um deslizamento de pedras no km 134 da Rodovia Lúcio Meira, em Sapucaia, interditou as duas pistas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, não havia como o trânsito ser desviado, pois não existe estrada paralela à rodovia. Técnicos da concessionária que administra a via, bombeiros e técnicos da Defesa Civil fizeram uma vistoria na estrada. Não há previsão de quando o trecho será liberado ao tráfego.

Em Angra dos Reis, um deslizamento atingiu uma casa na Estrada do Contorno, no bairro Bonfim, mas não houve feridos.

Aeroporto Tom Jobim operou com aparelhos

Na capital, por causa das chuvas que caíram de madrugada e na manhã de ontem, o Aeroporto Internacional Tom Jobim operou com o auxílio de instrumentos para pousos e decolagens. Dos 41 voos domésticos programados até as 10h, 16 atrasaram e três foram cancelados. Entre os 13 internacionais previstos, oito atrasaram.

Segundo informações do Centro de Operações Rio, da prefeitura, o município permaneceu em estado de atenção durante todo o dia de ontem, com a possibilidade de chuva moderada, ocasionalmente forte.

O Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), de São José dos Campos (SP), divulgou ontem um boletim com alerta para riscos de deslizamento na Região Serrana do Rio.

Com base em relatos de leitores, o site do GLOBO criou um mapa interativo com os pontos críticos de alagamentos na cidade, que é atualizado de acordo com as informações que chegam.

oglobo.com.br/rio