Título: Centrais não conseguem atrair manifestantes
Autor: Barbosa, Adauri Antunes; Tinoco, Dandara
Fonte: O Globo, 19/01/2011, O País, p. 10

Em Brasília, ato para reivindicar mínimo de R$580 não ocorreu. No Rio, encontro reuniu cerca de 30 pessoas

SÃO PAULO e RIO. Após uma manifestação no vão central do Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista, na qual pediram que o valor do salário mínimo seja fixado em R$580, as centrais sindicais protocolaram ontem na Justiça Federal uma ação civil pública com pedido de liminar para que o governo federal reajuste a tabela de cálculo da alíquota do Imposto de Renda. Marcadas para acontecerem em todo o país, as manifestações foram esvaziadas: em Brasília, não ocorreu; no Rio, reuniu pouco mais de 30 pessoas.

Nos discursos em São Paulo, para cerca de mil pessoas, dirigentes das duas principais centrais sindicais do país, CUT e Força Sindical, criticaram a falta de diálogo da presidente Dilma Rousseff para negociar o valor do novo mínimo, que o governo fixou em R$545 para fevereiro.

- Estamos bastante insatisfeitos com esse modelo que ela está adotando. Primeiro, não somos inimigos dela, ainda. Mas, do jeito que vai indo, você vai criando um clima no meio dos trabalhadores de que o modelo mudou, de que há um governo que não conversa com os trabalhadores - criticou o presidente da Força, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

O presidente da CUT, Arthur Henrique, foi veemente ao criticar Dilma, acusando-a de querer implantar a política dos adversários derrotados em 2010.

No Rio, os organizadores alegaram que o número de manifestantes foi baixo por causa das chuvas da Região Serrana, já que "há várias pessoas trabalhando como voluntárias". Os sindicalistas disseram que, mesmo reduzido, o grupo era "representativo".