Título: É dura a vida de campuseiro
Autor: Suwwan, Leila; Gomes, Wagner
Fonte: O Globo, 19/01/2011, Economia, p. 25

O clima do evento, via Twitter

Quem, como eu, acompanhou o climão da Campus Party pelo Twitter, sentiu bem o drama dos campuseiros. Deu a impressão de que ontem o Centro de Exposições Imigrantes tornou-se uma sucursal do inferno.

A turma twitteira (usando a hashtag oficial #cpbr4) já reclamava do calor desde cedo. Reclamava também de filas intermináveis para credenciamento, inclusive para imprensa, filas para alimentação e banheiros. O fornecimento de luz tinha caído durante a madrugada de ontem, mas sem causar maiores problemas.

No fim da tarde, no entanto, a chuva desabava preocupantemente lá fora, fazendo com que os quatro mil metros quadrados de área do evento ficassem pequenos.

Foi então que se fez o caos. Por volta de 17h50m, surgiu o primeiro alerta no Twitter: estava faltando luz na Campus. Com isso, os três mil quilômetros de cabos instalados para o evento se tornaram inúteis ¿ até porque, para surpresa geral, não havia gerador disponível para contornar o problema. Para comunicar-se com o mundo, só restaram os celulares.

Resultado: milhares de campuseiros abriram o berreiro numa vaia que se estendeu por mais de cinco minutos ¿ tudo devidamente twittado. Com a chuva fazendo barulho no teto de zinco, alguns twitteiros garantiram que aquilo parecia um pesadelo.

Ninguém se machucou. A não ser a Telefônica, uma das grandes patrocinadoras do evento. No escuro, campuseiros twittaram que estavam no estande da operadora, pedindo banda larga da concorrência. Gritavam ¿Skavurska¿! Maldade.

A energia só foi restabelecida na Campus Party depois de uma hora de muita bagunça. Salvaram-se todos.