Título: Direitos humanos e temas militares
Autor: Godoy, Fernanda
Fonte: O Globo, 19/01/2011, Economia, p. 27

Prisão de dissidentes e tensão com Coreia do Norte estarão na pauta

NOVA YORK. Nas semanas que antecederam a chegada de Hu Jintao a Washington, o governo americano fez um esforço para evitar que Barack Obama ficasse numa posição de fraqueza, motivo de críticas na visita dele a Pequim em 2009. Na questão cambial, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, cobrou da China a abertura de seu mercado e passos adicionais para permitir a flutuação de sua moeda.

A secretária de Estado, Hillary Clinton, criticou a China pelo desrespeito aos direitos humanos e pelo encarceramento de militantes políticos, citando Liu Xiaobo, Prêmio Nobel da Paz em 2010. Em 2009, Obama evitou se manifestar publicamente sobre direitos humanos, mas nos encontros desta semana espera-se que ele toque no assunto e que Hu seja confrontado com perguntas na entrevista coletiva dos dois.

Temas militares vêm gerando tensão, e a visita do secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, a Pequim, há duas semanas, não melhorou o clima. Antes mesmo de embarcar, Gates anunciou que o Pentágono aumentará os investimentos em armamentos no Pacífico, para acompanhar a alta de gastos militares chineses, de 12% na última década. Durante a estada de Gates, as Forças Armadas chinesas fizeram um teste inesperado de um novo caça. A China retaliou os EUA pela venda de armas a Taiwan, suspendendo por um ano as negociações militares bilaterais. Agora, os dois países buscam renovar o diálogo, mas há muitos temas espinhosos. Os EUA querem que a China use sua influência para conter o programa nuclear da Coreia do Norte e que se empenhe em sanções efetivas contra o Irã. (Fernanda Godoy)