Título: Em AL, veto a reajuste de 109% para deputados
Autor: Jungblut, Cristiane ; Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 25/01/2011, O País, p. 3

Estado é o mais pobre do Brasil, segundo o IBGE

MACEIÓ. Os 27 deputados estaduais de Alagoas tiveram aumento nos próprios salários vetado pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). O veto foi publicado no Diário Oficial do estado.

Eles queriam reajuste de 109% nos vencimentos, que passariam de R$9,6 mil para R$20 mil. A Assembleia Legislativa custa, por ano, aos cofres públicos, R$119 milhões. Os parlamentares reclamam que este repasse está congelado há três anos, e por isso atrasam a votação do Orçamento para 2011.

De acordo com o governador, o aumento dos deputados "é inconstitucional porque fere a Lei de Responsabilidade Fiscal", diz a mensagem, publicada no Diário.

- Esta matéria tem que ser votada pelos deputados, que decidem se mantêm ou derrubam o veto do governador - reagiu o procurador da Assembleia, Marcos Guerra.

Os parlamentares aumentaram os salários seguindo o efeito cascata - reajuste de 61,8% - aprovado pelo Congresso para parlamentares, ministros e presidente.

O veto não atinge o aumento de 135% dado aos secretários de Estado, cujos salários de R$6,5 mil passam para R$15,3 mil.

Estado mais pobre do Brasil, segundo o IBGE, Alagoas tem 47% das famílias abaixo da linha de pobreza, atendidas pelo Bolsa Família.

Na Assembleia, há deputados com histórico de prisão por desvio de R$300 milhões da folha de pagamento do Legislativo. Há acusados de furto de energia, pistolagem e improbidade administrativa.

* Especial para O GLOBO