Título: Dilma inaugura agenda internacional
Autor: Guedes, João; Barbosa, Adauri Antunes
Fonte: O Globo, 29/01/2011, O País, p. 10

Presidente fará visita à Argentina

BUENOS AIRES. Na próxima segunda-feira, as presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, assinarão 15 documentos na primeira viagem oficial ao exterior da chefe de Estado brasileira. Dilma, que permanecerá algumas horas na Argentina, terá encontro com representantes das Mães e Avós da Praça de Maio.

Será a primeira vez que um presidente do Brasil inclui esse tipo de encontro numa agenda de visita à Argentina. A possibilidade de Dilma visitar um ex-centro clandestino de tortura da ditadura argentina, cogitada pelo governo Kirchner, foi descartada por autoridades brasileiras.

As duas presidentes, que já se conhecem da época em que Dilma era ministra do governo Lula, firmarão acordos nas áreas de comércio, cultura, educação, direitos humanos, políticas de gênero, biocombustíveis, desenvolvimento urbano e cooperação nas fronteiras, entre outros.

As reuniões de trabalho serão na Casa Rosada. Posteriormente, Dilma será homenageada com um almoço no Palácio San Martin, sede da chancelaria argentina, na presença de 250 convidados.

- A relação entre os dois países passa por seu melhor momento - disse o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Ênio Cordeiro. Segundo ele, um dos principais objetivos é reforçar a cooperação em questões sociais".

- Nossa parceria é um caminho sem retorno e só terá fortalecimento - enfatizou o embaixador.

Para Cordeiro, os conflitos comerciais que envolveram ambas as economias nos últimos anos, sobretudo pela aplicação por parte da Argentina de barreiras comerciais nas importações, não representam um problema atual:

- O comércio vai muito bem, obrigado - disse.

No entanto, em 2010 cerca de 13,5% das exportações brasileiras para o mercado argentino foram alvo de medidas protecionistas. Apesar de a Argentina ter uma estratégia assumida e defendida publicamente de controle da entrada de produtos estrangeiros, este ano o país deverá acumular um déficit de US$5,6 bilhões com o Brasil.