Título: Temer: 2º escalão definido até o dia 25
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 02/02/2011, O País, p. 9

Depois de participar da cerimônia de posse dos 513 deputados, o vice-presidente Michel Temer disse que as discussões sobre a composição do segundo escalão começam agora e devem durar até o dia 25. Temer disse que o clima de beligerância pelos cargos entre PT e PMDB acabará agora.

Ele acrescentou que pretende ajudar nas negociações sobre o segundo escalão. PT e PMDB disputam o controle de estatais, que somam R$107,5 bilhões em investimentos para 2011.

- Vou ajudar, e a tendência toda é de 3 a 20, 25 (de fevereiro), tentarmos liquidar esse assunto. Não deve ter beligerância. Os dois partidos são governo e temos que agir como governo. Não haverá beligerância entre eles. Há pequenos problemas momentâneos, mas serão todos superados - disse Temer.

Sobre as denúncias envolvendo Furnas, Temer disse que isso será resolvido agora:

- Sou obrigado a dizer que a briga é política, mas logo, depois do dia 2, começará a haver rearrumação de cargos e isso se soluciona.

Sobre um corte nas emendas parlamentares para enxugar o Orçamento da União de 2011, o vice da presidente Dilma Rousseff foi cuidadoso:

- Há essa perspectiva, mas não há definição. Se cortes houver, será o mínimo possível. Não creio (em rebelião na base), porque será fruto do diálogo com líderes, partidos, não haverá dificuldades em relação a isso.

O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que tomou posse ontem por apenas um dia e hoje reassume o Ministério de Relações Institucionais, disse que a presidente Dilma determinou cautela na escolha dos nomes do segundo escalão e criticou a polêmica envolvendo Furnas.

- O segundo escalão não é um processo que você chega lá e muda. Precisamos ter em mente o seguinte: é um governo novo, mas de continuidade. Essas pessoas fazem parte do governo que deu certo e não podem ser descartadas. A determinação da presidente é ter cautela. Temos uma disputa acirrada em Furnas, mais de pessoas de dentro de Furnas que dos partidos. Não é fazendo dossiê e buscando dar publicidade que se faz a boa prática. Essa prática não ajuda.

O ministro disse não acreditar que haverá corte de 100% das emendas parlamentares:

- São instrumentos dos parlamentares que terão quer ser considerados. Não sou defensor (de cortar), isso dinamitaria a ponte com o Parlamento.