Título: Em São Paulo, suplentes assumem por 42 dias, com todas as regalias
Autor: Fabrini, Fábio ; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 02/02/2011, O País, p. 11

Embora a posse dos deputados eleitos em 2010 seja só em março em São Paulo, a Assembleia Legislativa também teve ontem um dia de troca de cadeiras. Cinco parlamentares deixaram a Casa para assumir uma vaga na Câmara dos Deputados; os suplentes começaram a ser empossados ontem mesmo.

Apesar do curto período em que ficarão na Casa, 42 dias, os substitutos assumem o cargo com direito a todas as regalias dos antecessores, como verba de gabinete, carro oficial, salário e gratificações. O GLOBO solicitou os valores referentes à verba de gabinete e ao subsídio mensal, reajustado no fim de 2010, mas a Assembleia não informou. Por lei, o salário de um deputado estadual é 75% da remuneração do federal, ou seja, cerca de R$20 mil, sem contar as gratificações.

Parlamentares poderão contratar 17 assessores

O mais cobiçado privilégio é a contratação de 17 funcionários. No Legislativo paulista, essa é a cota de assessores que cada parlamentar pode nomear para seu gabinete. Desse total, é exigido que apenas um seja do quadro de servidores públicos concursados.

O gasto de cada gabinete, só com pessoal, é de, no mínimo, R$51 mil por mês. O cálculo considera o menor salário pago, de R$3 mil. Mas há funcionários com remuneração de até R$9 mil; portanto, a conta é maior. Para 2011, a despesa prevista com a folha de pagamento do Legislativo é de R$565 milhões. São Paulo tem 94 deputados estaduais.

Da lista de cinco convocados para suplente, um não compareceu para assumir a vaga: Sérgio Ribeiro Silva (PT) se elegeu prefeito de Carapicuíba, em 2008. Um substituto deverá ser chamado nos próximos dias.

Tomaram posse Widerson Tadeu Anzelotti (PSDB), Terezinha de Jesus (DEM), Valdemar Couraci Sobrinho (DEM) e Mauro Marcial Menuchi (PSB). A Assembleia paulista é uma das últimas do país a empossar a nova legislatura e a eleger a Mesa Diretora. O ato está marcado para 15 de março.