Título: Agenda própria para fugir da pauta do Planalto
Autor: Fabrini, Fábio ; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 02/02/2011, O País, p. 11

Com os comandos da Câmara e do Senado blindados pela esmagadora maioria governista, políticos experientes que retomam mandato no Congresso ou parlamentares que já estão com vários mandatos tentam resgatar uma agenda própria, para não ficarem a reboque da pauta do Palácio do Planalto. Nesse caso, deputados e senadores da base e da oposição têm posição semelhante:

- Não podemos permitir que o Congresso Nacional continue assistindo passivamente às ações do governo federal. Cabe ao Congresso apresentar ao país uma grande agenda, e a oposição fará isso - defendeu o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), um dos parlamentares com maior número de mandatos na Casa, decidiu priorizar a reformulação da lei que regula os planos de saúde. Ele deseja criar um movimento nacional para que seja apresentado projeto de lei de iniciativa popular, com mudanças nesses planos.

- Temos que mobilizar a sociedade. Os planos de saúde precisam indenizar o SUS pelos pacientes segurados que são atendidos pela rede pública. Com isso, haverá recursos para financiar a saúde pública - disse.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) decidiu retomar agenda de seu mandato de deputada federal nos anos 90 e avisou que vai trabalhar pela aprovação de projetos que permitam a união civil de pessoas do mesmo sexo e a legalização do aborto.

O senador Lindberg Farias (PT-RJ) disse que vai pautar o seu mandato para garantir o acordo fechado entre o ex-presidente Lula, a presidente Dilma e o governador Sérgio Cabral para garantir a manutenção dos royalties para estados produtores como o Rio de Janeiro:

- Isso é fundamental para um novo ciclo econômico do Rio de Janeiro para o prazo de 20 ou até 30 anos. Essa será a minha batalha prioritária.