Título: Polícia começou cerco 2 dias antes
Autor: Costa, Ana Claudia
Fonte: O Globo, 07/02/2011, Rio, p. 12

Um dia antes da ocupação de nove comunidades entre o Rio Comprido e Santa Teresa, o clima nas ruas do entorno dos morros era de expectativa e receio. Moradores ouvidos pelo GLOBO pediram para não ser identificados, por temerem represálias dos traficantes. Assim como em Santa Teresa, na Rua Estácio de Sá, aos pés dos morros de São Carlos e do Zinco, havia barreiras policiais. Contudo, a possibilidade de um confronto entre a PM e traficantes não modificou o cotidiano nos bairros. O comércio abriu e os moradores circularam normalmente.

Informados de que chefes de facções criminosas que controlavam essas comunidades estariam fugindo, a PM já estava, desde a sexta-feira, fazendo um cerco aos morros. Blitzes foram montadas em diversos pontos de Santa Teresa e do Estácio, mas não houve incidentes.

O alvo dos policiais eram os veículos grandes, que poderiam estar levando drogas, armas e bandidos. No entanto, até motociclistas foram abordados. O cerco contou com policiais do 1º BPM (Estácio) e do Batalhão de Choque (BPChoque).

No Largo do França, na altura do nº 2.305 da Rua Almirante Alexandrino, em Santa Teresa, uma barreira foi montada pela manhã. Um morador, parado pela blitz quando passava com sua moto, elogiou a abordagem da PM e contou, pedindo para não ser identificado, que a vizinhança está receosa.

¿ Na rua está tudo em paz, mas as pessoas estão assustadas. Temos que esperar e ver o que vai acontecer ¿ comentou ele, dizendo que sua moto é uma das mais de 300 que haviam sido roubadas e foram recuperadas no Alemão, em dezembro do ano passado.

No entorno dos morros do Estácio, o aparato policial contava com reforço do BPChoque e até de um carro blindado, o Caveirão, que ficou estacionado na esquina das ruas São Carlos e Estácio de Sá.

¿ Vai ser bom para a gente. Nada é melhor que a paz ¿ definiu uma moradora.