Título: Partido aprova resolução em defesa do legado de Lula
Autor: Camarotti, Gerson; Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 11/02/2011, O País, p. 3

Documento afirma que oposição tenta desvalorizar imagem do ex-presidente

BRASÍLIA. O Diretório Nacional do PT aprovou ontem uma resolução em que afirma que há um processo da oposição para desconstruir a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No texto de 26 itens, o partido ressalta a necessidade de defesa do legado de Lula. Diante do noticiário que ressalta as diferenças entre o governo Dilma e o de seu antecessor, o texto do DN alerta para a tentativa de "desvalorizar" as ações do governo Lula e minimizar sua imagem como líder político mundial. Mas foram retiradas do texto final críticas diretas ao registro da imprensa nas comparações entre os governos Dilma e Lula.

Várias outras questões foram defendidas pela resolução, como a necessidade de um novo marco regulatório para as comunicações no país, a necessidade de uma reforma política, e até mesmo a solidariedade com a luta dos povos árabes contra as ditaduras no Oriente Médio."Desvalorizar as profundas mudanças ocorridas no país nestes últimos anos e desconstruir a liderança política de Lula são essenciais para o plano da direita brasileira de voltar ao poder e interditar nosso projeto estratégico", diz um dos trechos da resolução.

No Planalto, a determinação é de tentar fugir do discurso de continuísmo para Dilma deixar uma marca própria dos seus quatro anos de mandato.

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, disse que existe interesse de setores da política de desconstruir o governo Lula e criar uma dicotomia entre Lula e Dilma que não existe:

- A comparação entre os dois governos é indevida. São personalidades diferentes, sexos diferentes, mas Dilma dará continuidade ao governo Lula.

No momento em que a presidente Dilma precisa de apoio político para aprovar o salário mínimo de R$545, o Diretório Nacional do PT aprovou resolução específica em defesa da manutenção da regra que estabelece o reajuste. Mas o texto ressalta a necessidade de "prosseguimento do diálogo com as centrais sindicais". (Gerson Camarotti e Isabel Braga)