Título: No MEC, corte chegará a R$1 bilhão
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 12/02/2011, O País, p. 14

BRASÍLIA. O Ministério da Educação terá R$1 bilhão a menos para gastar em 2011, como resultado do corte de R$50 bilhões em todo o governo, anunciado esta semana pela área econômica. Isso representará 1,3% a menos no orçamento do ensino, que deve cair dos R$72,8 bilhões previstos para R$71,8 bilhões.

O ministro Fernando Haddad reuniu-se ontem com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Apesar do corte, o MEC recebeu sinal verde de que poderá nomear professores de universidades e escolas técnicas federais.

O MEC corre contra o tempo para contratar 3.500 professores temporários para o primeiro semestre, em cursos criados pelo programa de expansão das universidades federais. A ideia era realizar concursos, mas, por falta de tempo, a saída deverá ser os temporários, o que é feito por processo de seleção simplificado.

No MEC, o anúncio do corte de R$1 bilhão foi minimizado ontem. O dinheiro deverá ser economizado com a redução de despesas de custeio, sem comprometer os principais programas do ministério. O governo prepara um plano de ampliação do ensino técnico e melhoria da qualidade do ensino médio. Uma das apostas é no ensino concomitante, isto é, alunos de ensino médio que frequentam a escola regular num turno farão curso técnico no outro.

A intenção do governo é ter o Sistema S como parceiro. Isso porque é o Sistema S que detém a maior rede de educação profissional no país. Fazem parte do S entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

Anteontem, ao fazer seu primeiro pronunciamento em rede nacional de rádio e tevê, a presidente Dilma Rousseff escolheu a educação como tema. Ela anunciou a criação, neste primeiro semestre, do Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica, o Pronatec, e a aceleração do Plano Nacional de Banda Larga, para assegurar internet rápida em todas as escolas.

- Nenhum espaço pode realizar melhor o presente e projetar com mais esperança o futuro que uma sala de aula bem equipada, onde professores possam ensinar bem, e alunos possam aprender melhor. É neste caminho que temos que seguir avançando com passos largos - disse.

- É hora de investir ainda mais na formação e remuneração de professores, de ampliar o número de creches e pré-escolas em todo o país, de criar condições de estudo e permanência na escola, para superar a evasão e a repetência. E, muito especialmente, acabar com essa trágica ilusão de ver aluno passar de ano sem aprender quase nada. É hora de fazer mais escolas técnicas, de ampliar os cursos profissionalizantes, de melhorar o ensino médio, as universidades e aprimorar os centros científicos e tecnológicos de nível superior - completou Dilma.