Título: Policiais civis e militares fariam a segurança de bingos irregulares
Autor: Werneck, Antônio ; Costa, Célia
Fonte: O Globo, 12/02/2011, Rio, p. 18

A Operação Guilhotina revelou também o envolvimento de policiais civis e militares num esquema para garantir a segurança de bingos ilegais em Botafogo, Bonsucesso e Guaratiba. O chefe do grupo, segundo a PF, era o inspetor Helênio Dias Rodrigues. A quadrilha também era integrada pelos policiais militares Élcio Vieira de Queiroz, Fabrício Felix da Costa, Ézio Penudo Costa, Maurélio Pinto de Oliveira e pelo inspetor Marcelo Nakamura.

Helênio Dias Rodrigues Júnior, filho do inspetor Helênio, também atuava ajudando o pai, que era o responsável pela elaboração de escalas de segurança nos bingos e outras casas de jogo clandestinas. A investigação não cita os nomes dos contraventores envolvidos no esquema. O grupo estaria sendo alvo de outra investigação da PF relacionada ao contrabando de componentes eletrônicos usados na montagem das máquinas.

A investigação que levou à identificação do grupo teve início a partir do fechamento de um bingo na Rua Visconde e Silva, em Botafogo, em janeiro passado. Na ocasião, alguns PMs envolvidos na segurança do estabelecimento foram detidos por agentes federais. No curso da investigação, a PF constatou que o bando de Helênio, além de receber propina para garantir a proteção de um grupo, atuava fazendo operações em casas de rivais.

De acordo com as investigações, Helênio comandava a segurança da organização criminosa, recebendo o dinheiro e efetuando o pagamentos dos integrantes da equipe, a maioria deles policiais. Helênio, segundo interceptações telefônicas, recebia comissão sobre os lucros obtidos pelos bingos.

O relatório da Polícia Federal cita que um dos bingos foi alvo de uma operação da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, em dezembro passado. Na ocasião, Helênio foi resolver o problema, efetuando o pagamento da propina aos policiais.