Título: Os números azuis do legado lulista
Autor: Alvarez, Regina; Duarte, Patrícia
Fonte: O Globo, 13/02/2011, O País, p. 3

● BRASÍLIA. Se, pelo lado fiscal, a presidente Dilma Rousseff ainda deve viver alguns pesadelos, a herança deixada pelo seu companheiro de partido eex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outras esferas é bem-vinda. Quando se olha para taxas de emprego e renda, acesso ao crédito e até o próprio crescimento econômico, os resultados são animadores. O mercado de crédito na Era Lula (2003/2010) mais do que quintuplicou, ultrapassando a bar- reira de R$ 1 trilhão e chegando próximo a 50% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país). Um dos principaismotivos para esse salto foi a criação do crédito consignado, com desconto em folha de pagamento, que abriu caminho para que muitas pessoas ¿aposentados e pensionistas em primeiro lugar ¿- pudessem ter linhas de financia-mento bem mais baratas. O acesso ao crédito foi impulsionado também porque, ao longo dos últimos anos, a taxa de desemprego do país foi perdendo força. Em janeirode 2003, quando assumiu, Lula lidava com um índice de 11,2% e o reduziu para 9,3%, quatro anos depois. O grandemovimento aconteceu em seu segundo mandato, fechando dezembro passado com o menor patamar da História: 5,3%, segundo dados do IBGE, levando em conta seis regiões metropolitanas.

Renda média do brasileiro teve crescimento de 22,2%

Nesse período, a renda média real do brasileiro ¿ já descontada a inflação do período ¿- passou de R$ 1,293milmensais, em janeiro de 2003, para R$ 1,580 mil no fim de 2010. O crescimento registrado foi de 22,20%. Dilma também está trabalhando com uma economia com crescimento robusto, o que ébom para continuar gerando mais emprego e renda. Logo no início do governo Lula, a expansão do PIB foi um pouco acima de 1% e, ao longo dos anos seguintes, foi mantendo uma trajetória de alta. Aexceção ficou para 2009, ano marcado por uma forte crise internacional. Em 2010, especialistas egoverno acreditam que aatividade tenha crescido mais de 7% e, para este ano, há avaliações que vão até 5% ¿ patamar considerado alto se comparado com o resto do mundo, na casa de 3%. (Patrícia Duarte e Regina Alvarez) ■