Título: Petrobras investirá US$4 bi no maior programa de exploração de sua história
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 12/02/2011, Economia, p. 37

A Petrobras vai realizar este ano o maior programa exploratório em busca de petróleo de toda sua história. Com um ritmo acelerado, a companhia vai investir US$ 4 bilhões na perfuração de 162 poços. O gerente-geral de Gestão de Projetos Exploratórios da Petrobras, Jeferson Kinzel, explicou que, desse total, 53 serão no mar e 109, terrestres. O número de poços representa um aumento de 24,5% em relação aos 130 do ano passado, e o dobro da média de anos anteriores.

- Realmente a Petrobras este ano está num novo ritmo frenético, o maior de toda a sua história e, com certeza, um dos maiores do mundo. E esse ritmo vai continuar nos próximos anos - destacou.

Segundo o executivo, esse novo ritmo de perfurações de poços continuará nos próximos anos. A companhia pretende perfurar uma média de 160 a 170 poços por ano.

A Petrobras também já está se preparando para participar dos próximos leilões de áreas que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) vai realizar ainda este ano nas áreas do pré-sal e pós-sal. Segundo o executivo, a estatal já está se planejando para os primeiros leilões no novo regime de partilha (no qual a União é dona de todas as reservas, ao contrário do sistema atual, que vale para o pós-sal, em que a empresa que encontrar o petróleo é dona da riqueza), que deverão ocorrer já no próximo ano.

Gasto com aluguel de sondas chega a US$ 600 mil

Para executar todos esses trabalhos, a Petrobras tem 30 sondas de perfuração contratadas, das quais a maioria já está no país realizando serviços. Com o mercado internacional de petróleo aquecido, esses equipamentos são disputados pelas petrolíferas, sendo que muitas sondas só estão disponíveis muitos meses após a sua contratação. Com isso, o aluguel das sondas varia dependendo do tipo pode ir de US$ 140 mil por dia a US$ 600 mil.

A Petrobras opera em ritmo acelerado porque precisa descobrir cada vez mais petróleo, considerando que está produzindo cerca de 1 bilhão de barris por ano, que o consumo está em alta e que as reservas são finitas. Outro motivo são os prazos que companhia tem de cumprir nos contratos de concessão com a ANP. Pelos contratos, a estatal tem prazos para descobrir petróleo nos blocos concedidos, para delimitar reservas e para desenvolver sua produção.

O executivo adiantou que pelo menos um ou dois poços serão perfurados nas áreas concedidas pela União à Petrobras pelo regime de cessão onerosa (em que a União cedeu a exploração de 5 bilhões de barris à Petrobras e recebeu, em troca, ações da empresa) no pré-sal na Bacia de Santos.

Estatal contratou 365 funcionários para a área

Kinzel disse que ainda não estão decididos os locais dessas primeiras perfurações. São 3.865 quilômetros quadrados que englobam as áreas de Franco, Florim, Nordeste de Tupi, em torno de Iara, Sul de Guará, Sul de Tupi e Peroba.

A Petrobras vem, ao longo dos últimos anos, aumentando seu efetivo de pessoal próprio. Somente na área de Exploração e Produção, o número de funcionários passou de 287 em 2002 para 652 no ano passado.