Título: Corte na Defesa chegará a R$4,1 bilhões
Autor: Oswald, Vivian
Fonte: O Globo, 16/02/2011, O País, p. 10

Jobim diz que, mesmo assim, processo de compra de caças para a FAB não será prejudicado

BRASÍLIA. O Ministério da Defesa deve perder até R$4,1 bilhões este ano e pode ser uma das pastas mais afetadas pelos cortes. Originalmente, segundo o ministro Nelson Jobim, o orçamento previsto para 2011 era de R$15,1 bilhões. Mas, para se ajustar ao corte inédito de R$50 bilhões, a Defesa deve perder 36% dos chamados recursos contingenciáveis, que somam entre R$10,5 bilhões e R$11 bilhões. Isso significa que Jobim terá que redistribuir entre as forças cerca de R$6,9 bilhões a serem usados em manutenção operativa e projetos.

- Vou chamar as forças e distribuir o corte entre elas - disse Jobim, após reunião com o ministro do Planejamento, Guido Mantega, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o secretário do Tesouro Nacional, Arno Agostin.

Apesar do corte expressivo no Orçamento da Defesa, Jobim descartou qualquer impacto sobre a decisão da compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). Ele explicou que este é um processo que deve demorar "no mínimo um ano". Segundo Jobim, depois de aprovado pela presidente, o assunto é levado ao Conselho de Defesa Nacional, para voltar à presidente e, em seguida, ser levado às forças, para que discutam os contratos.

- Não há despesas orçamentárias previstas para este ano em relação aos caças. Mas a decisão da presidente tem que sair ainda este ano.

Os cortes da pasta, porém, podem afetar a incorporação de recrutas, que pode ser reduzida em 2011. O decreto com os detalhes dos cortes por ministério deve ser publicado em 22 de fevereiro, quase um mês antes do prazo legal de 20 de março, segundo a secretária de Orçamento do Ministério do Planejamento, Célia Corrêa, que também participou da reunião na Fazenda.