Título: Investigação inspirou trecho de Elite da Tropa 2
Autor: Ramalho, Sérgio
Fonte: O Globo, 17/02/2011, Rio, p. 12

Após publicação, delegado co-autor foi chamado de traidor

O delegado Cláudio Ferraz contou que a Draco passou a investigação à PF após parte da apuração ter chegado ao conhecimento do delegado Carlos Oliveira. Dias depois, ele descobriu que a ¿banda podre¿ foi informada por algum funcionário do Disque-Denúncia. Para confirmar as suspeitas de que os policiais estavam comandando a milícia na Favela Roquete Pinto, Ferraz foi pessoalmente à sede do Disque-Denúncia pedir uma pesquisa sobre informações que poderiam ter sido passadas referentes ao grupo paramilitar. Para o delegado, o pedido chamou a atenção de alguém dentro do órgão, que informou aos policiais envolvidos no esquema. Apesar do problema causado pelo vazamento, Cláudio Ferraz elogiou o Disque-Denúncia.

¿ O disque-denúncia facilita e muito as investigações, é uma arma extraordinária. O que aconteceu é um fato isolado, nada tem a ver com a direção do serviço ¿ disse.

O diretor do Disque-Denúncia, Zeca Borges, negou ontem qualquer tipo de vazamento:

¿ Não existe nenhum informante aqui dentro.

As semelhanças entre ficção e realidade não são meras coincidências quando se trata da atual crise na Polícia Civil e o livro ¿A Elite da Tropa 2 ¿ a história além do filme ¿, do qual Ferraz é co-autor.

O delegado disse que se inspirou no caso do vazamento de informações da operação para prender o traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, de 32 anos, para escrever parte do livro. Segundo ele, a banda podre da corporação, ao ler a obra, associou os casos e passou a chamá-lo de traidor da Polícia.