Título: Da Antártida para o 'freezer do Planalto'
Autor: Braga, Isabel ; Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 18/02/2011, O País, p. 4

Governo quer enquadrar petistas que se ausentaram

BRASÍLIA. No caso da emenda dos R$560 para o mínimo, o PMDB deu 100% de apoio, e o PT teve dois votos contra o governo. O PT ainda somou sete ausências, o que colocou a bancada na mira do Planalto. O governo quer o enquadramento dos dissidentes e, principalmente, dos ausentes.

Os dois votos do PT contra o governo na votação dos R$560 eram esperados: Eudes Xavier (CE) e Francisco Praciano (AM). Considerados radicais de esquerda da tendência Democracia Socialista, os dois deputados avisaram ao líder e ao governo que assim agiriam. A dissidência estava nas contas do presidente do PT, José Eduardo Dutra, que alertava que os dois passariam a ter dificuldades com o governo.

No Planalto, a surpresa maior foi em relação ao elevado número de ausentes e os nomes de alguns citados: o do ex-líder do PT deputado Fernando Ferro (PE), e do ex-ministro de Igualdade Racial deputado Edson Santos (RJ), que estão em viagem à Antártida e fugiram da missão espinhosa de votar o mínimo contra as centrais, além do estreante Weliton Prado (MG), que também estava na viagem.

- Se estavam na geladeira da Antártida, agora estão no freezer do Planalto - ironizou um assessor direto da presidente Dilma.

De partido da base, o deputado Tiririca (PR-SP) se confundiu, marcou seu primeiro voto contra o governo, apoiando sem querer o mínimo de R$600.

- É tudo diferente da minha área, mas é tranquilo, vou me acostumando - disse Tiririca.