Título: Governadores querem ser poupados de cortes
Autor: Gois, Chico de ; Maltchik, Roberto
Fonte: O Globo, 21/02/2011, O País, p. 5

Durante encontro com Dilma, representantes do Nordeste pedirão que obras na região não sejam paralisadas

DILMA ROUSSEFF: presidente deve avisar que o ritmo de obras será lento

ARACAJU e BRASÍLIA. A presidente Dilma Rousseff chega hoje a Aracaju para participar do XII Fórum dos Governadores do Nordeste, em sua primeira agenda de trabalho com os mandatários da região. Dilma deve ouvir apelos para preservar, o máximo que puder, os investimentos na área. Os governadores estão preocupados com o anunciado corte de R$50 bilhões do Orçamento. A intenção deles é sensibilizar a presidente a não interromper obras na região.

Integrantes do Palácio do Planalto diziam, semana passada, que, embora esteja atenta às reivindicações, Dilma pautará o encontro. Ela deverá ratificar que os investimentos do governo continuarão na região, lembrando que obras que ainda estão em fase de licitação ou que mal começaram serão tocadas em ritmo mais lento, e que as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que estão em andamento continuarão.

Presidente pode anunciar reajuste no Bolsa Família

A presidente, em seu discurso, também poderá anunciar o aumento no Bolsa Família, que, mesmo com o corte orçamentário, será reajustado, como disse um integrante do governo. O percentual de reajuste ainda não estava definido na semana passada, mas a disposição de Dilma de conceder uma correção foi tomada antes mesmo da definição dos cortes. A presidente já pediu ao Ministério do Planejamento que fizesse um estudo sobre diversos cenários.

Discussão por cargos de interesse dos governadores nordestinos ficarão para outra ocasião. A avaliação é que, como o fórum é suprapartidário, não seria o melhor local para discutir nomeações. No Nordeste, somente os governadores de Alagoas e do Rio Grande do Norte são da oposição. O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), também foi convidado.

Os governadores também pressionarão para que Dilma provoque o Congresso a aprovar a Contribuição Social sobre a Saúde (CSS). A criação do imposto será defendida pelo governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), que trata a nova fonte de recursos para o setor como uma pauta prioritária da região.

- A CSS é um mecanismo de fiscalização, além de ser um tributo mais justo, que dará aos estados uma capacidade de investimentos que hoje não existe - afirmou Wagner.

*Enviado especial