Título: Padilha evita defender a volta da CPMF
Autor: Camarotti, Gerson
Fonte: O Globo, 23/02/2011, O País, p. 3

Dentro do esforço feito ontem pelo Planalto de negar qualquer intenção da presidente Dilma Rousseff de ressuscitar a CPMF na forma de um novo imposto para custear a saúde, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, evitou defender abertamente a volta do tributo. Padilha afirmou, no entanto, que há um consenso geral de que é preciso mais recursos para o setor. -- Vamos continuar aprimorando a gestão, mas há um consenso no setor, consenso de muita gente, partidos, prefeitos e médicos de que são necessários mais recursos para a saúde -- disse Padilha, que esteve ontem no Congresso para entregar ao presidente Marco Maia e ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), senhas para acessar o site e cadastrar emendas parlamentares para a saúde. Cada um dos 513 deputados e 81 senadores terá uma senha para cadastrar as emendas no site. Indagado se apoiava a volta da CPMF, o ministro Padilha ironizou e depois relegou a tarefa ao Congresso: -- Acham que vou entrar nessa? Quem faz o debate sobre CPMF é o Congresso. A volta da CPMF foi discutida pela presidente Dilma Rousseff e governadores do Nordeste e de Minas Gerais, em encontro ocorrido anteontem em Aracaju (SE). O ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, negou que o governo esteja pensando em ressuscitar a CPMF como mecanismo de financiamento da saúde. A presidente Dilma já avisou que não cogita a criação de um novo imposto enquanto não houver um choque de gestão. A ideia é avaliar os números e o desempenho da saúde para conhecer como funciona e com que volume de recursos é preciso trabalhar antes de propor nova contribuição. Marco Maia rechaçou qualquer possibilidade de votar a volta da CPMF na Casa. Maia sinalizou ontem que não vai pautar, neste momento, a volta do imposto. COLABOROU: Vivian Oswald