Título: Escolas pedem orientação
Autor: Moraes, Diego
Fonte: Correio Braziliense, 31/07/2009, Brasil, p. 8

Amparado por informações do governo, sindicato dos colégios particulares sugere a instituições de ensino manter o calendário

Depois que colégios privados de Brasília adiaram o início das aulas no segundo semestre por causa da nova gripe, o Sindicato das Escolas Particulares do Distrito Federal (Sinepe) decidiu pedir ajuda à Secretaria de Saúde para tentar tranquilizar pais, alunos e instituições. A entidade orientou que os diretores mantenham o calendário e sinalizou que não há motivos para suspender atividades. Ontem, a presidente do sindicato, Amábile Pácios, encaminhou ofício ao secretário de Saúde, Augusto Carvalho, para solicitar que a rede particular seja comunicada caso o governo avalie que seja necessário suspender as aulas devido ao avanço do vírus.

¿Queremos ser orientados para que não haja surpresas¿, afirmou Amábile. Duas escolas particulares adiaram o calendário com medo da gripe: o Cecap, no Lago Norte, que retoma as atividades na segunda-feira, e o colégio Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, do Lago Sul, que confirmou o fim do recesso para 6 de agosto. Ontem, nenhuma outra instituição informou mudanças nas atividades.

A Secretaria de Saúde informou que não há previsão de alterações no retorno das aulas na rede pública. O secretário de Educação, José Luiz Valente, foi na mesma linha. ¿O adiamento na semana passada foi para treinar os professores e colocar os kits com sabonete líquido, álcool, termômetro e toalhas de papel nas escolas. Esses kits estarão em todas as unidades até o fim desta semana.¿

Queremos ser orientados para que não haja surpresas¿

Amábile Pácios, presidente do Sinepe

Rede privada suspende aulas no Paraná

Não é só no Distrito Federal que o assunto tem ocasionado mudanças na rotina das escolas privadas. Os principais colégios particulares de algumas cidades do Paraná ¿ onde a doença já matou quatro pessoas ¿ estão com as aulas suspensas até o dia 10. A decisão, tomada na manhã de ontem, inclui os ensinos fundamental, médio e universitário, atingindo cerca de 1,5 milhão de estudantes. A Universidade Federal do Paraná (UFPR), a maior do estado, adiou a retomada das aulas para o mesmo dia.

As administrações municipais de Curitiba, Londrina, Cascavel, Ponta Grossa e Toledo suspenderam as aulas nas escolas públicas e os atendimentos em creches. Várias cidades menores espalhadas pelo estado seguiram a mesma estratégia.

Em nota, o governo paranaense ressaltou que vinha resistindo a tomar a medida de suspensão das aulas por considerá-la ¿inócua¿, uma vez que o vírus ¿não tem preferência por qualquer ambiente¿. Mesmo reconhecendo a ¿gravidade da situação¿, o governo local disse que, no ano passado, morreram, só no estado, 2.396 pessoas por gripe sazonal e pneumonia, sendo 263 apenas em julho. ¿Até o momento, por conta da nova gripe, quatro pessoas morreram no Paraná¿, diz a nota.