Título: Resignados, ministérios acatam decisões
Autor: Braga, Isabel; Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 01/03/2011, O País, p. 15

Para ministros, cortes não afetam programas

BRASÍLIA. Enquadrados pela presidente Dilma, os ministros afetados pelos cortes evitaram reclamar publicamente das medidas. Os ministérios adotaram discurso de que os cortes em suas verbas eram necessários e que não há outra saída a não ser cumprir as restrições. Com um corte de 84,4% na sua verba original, o Ministério do Turismo, o mais afetado pelo corte em termos proporcionais, informou ontem que vai priorizar as ações ligadas à promoção da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Em nota, o Turismo disse que foi utilizado o mesmo critério para "todas as pastas". Alvo de denúncias em 2009 e 2010 na aplicação das verbas de emendas parlamentares, o Turismo foi o mais afetado justamente porque a maior parte dos cortes virá da redução das emendas parlamentares.

Na área social, o Ministério da Educação perdeu um total de R$3,1 bilhões. Apesar do corte ter sido maior do que os técnicos previam, o ministro da Educação, Fernando Haddad, minimizou o tamanho da "facada". Segundo nota do MEC, os cortes anunciados "não afetarão a execução das políticas públicas estabelecidas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), da creche à pós-graduação".

O Ministério das Cidades, que mais perdeu em termos nominais, disse que espera o detalhamento da programação financeira. Um dos campeões em emendas, o ministério, conduzido pelo deputado Mário Negromonte, perdeu R$8,57 bilhões.

No Ministério do Esporte, a preocupação também é em preservar ao máximo ações. "O Ministério do Esporte esclarece que a redução de despesas determinada pelo governo não deve afetar a execução dos programas da pasta". (Cristiane Jungblut)