Título: Passagem aérea vai subir com alta do petróleo
Autor: Nogueira, Danielle
Fonte: O Globo, 02/03/2011, Economia, p. 28

Com crise na Líbia, Petrobras reajusta querosene de aviação em 6,5%. Preço de gasolina e diesel serão mantidos

Os conflitos na Líbia e nos países vizinhos do Norte da África já começam a afetar o Brasil. Ontem, a Petrobras reajustou o Querosene de Aviação (QAV) em 6,52%, a maior alta desde julho de 2009 (12,23%). Com os sucessivos aumentos - é o quinto seguido -, as companhias aéreas já se preparam para elevar os preços das passagens. De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), o reajuste dos bilhetes não será imediato, mas vai acontecer nos próximos meses.

Na véspera, o presidente da TAM Linhas Aéreas, Líbano Barroso, já afirmara que repassaria a alta de custos aos consumidores. O QAV representa 37% do custo operacional das companhias aéreas, segundo o Snea.

Diferentemente do que ocorre com a gasolina e com o diesel - que sofrem reajustes esporádicos, atendendo a uma política de preços de longo prazo - o QAV é reajustado pela Petrobras mensalmente, refletindo a oscilação da cotação do petróleo no mercado internacional. Mês passado, o preço do combustível subira 5,5% e, em janeiro, 3,29%.

Em teleconferência com investidores ontem, o diretor Financeiro da estatal, Almir Barbassa, não comentou os recentes reajustes do QAV, mas ressaltou que as vendas do combustível estão avançando com o maior fluxo de passageiros. Em 2010, elas cresceram 19% ante 2009.

Quanto ao diesel e a gasolina, ele reafirmou que "não vê razão para aumentar os preços neste momento". Barbassa acredita que o barril do petróleo, que já passou de US$100, voltará ao patamar de US$80 a US$90 em poucos meses. O último reajuste da gasolina (10%) e do diesel (15%) foi em 2008.