Título: Teste revela falhas no Windows Phone
Autor: Rosa , Bruno
Fonte: O Globo, 09/03/2011, Economia, p. 15

Testamos o Windows Phone 7, sistema operacional para celulares da Microsoft, rodando em um HTC T8788. O sistema atende às necessidades do usuário médio e tem funções que agradam àqueles de perfil corporativo (como um Office de verdade, com Excel, Word e PowerPoint, e ótimos calendário e agenda). Mas precisa melhorar.

No lugar das chaves deslizantes que iPhones e aparelhos Android apresentam quando bloqueados, o Windows Phone 7 exibe como protetor de tela uma das imagens salvas pelo usuário. Já a página inicial mostra seis agregadores chamados ¿hubs¿: People, Music + Video, Pictures, Games, Office e Marketplace. Cada hub centraliza conteúdos afins, como aplicativos, jogos, contatos etc. Rolando a tela para a esquerda, abre-se uma tela secundária que lista verticalmente todos os aplicativos do sistema em ícones pequenos. O usuário vai reclamar, e com razão, da necessidade excessiva de rolagem para localizar programas. Mas é possível incluir os aplicativos favoritos na tela principal, assim como páginas da internet ou qualquer outra coisa que interesse ao usuário.

O WP7 tem três teclas de navegação: voltar, início e pesquisa no buscador Bing. A velocidade de rolagem das telas é boa, assim como a sincronização com os toques. O acelerômetro ¿ que faz a tela acompanhar o movimento do celular ¿ é satisfatório, embora não esteja habilitado nas telas de menu. E o teclado virtual não perde para o dos outros sistemas.

Microsoft pagou US$1 bi pela adoção do WP7

A Microsoft errou ao criar o WP7 sem a função multitarefa, impossilitando o uso de dois aplicativos simultaneamente. Como os programas não podem rodar no background, os aplicativos só atualizam seu conteúdo quando abertos, o que torna a navegação mais lenta. Pelo menos isso foi corrigido recentemente com um upgrade no sistema.

Uma lacuna imperdoável que ainda não foi preenchida é a ausência da função copiar e colar, o que compromete muito o uso do Office.

Já a busca por voz no Bing é interessante, se feita em inglês (e mesmo assim há muitos erros). Em português não funcionou, embora ele esteja habilitado. Para ¿Rio de Janeiro¿, veio o resultado ¿Eugene O¿Neil¿. Para ¿Brasil¿, veio ¿Bellevue¿...

Por essas e por outras é que o mercado ainda está meio intrigado com a união da Microsoft com a Nokia, que passará a usar o WP7. Aliás, a agência Bloomberg informa que o acordo custou US$1 bilhão aos cofres da Microsoft. Por isso, há quem diga que a Nokia andou se vendendo barato. Será intriga? Bom... desde que o acordo foi anunciado, no início de fevereiro, as ações da fabricante de celulares já caíram 25%. Preocupante.