Título: Patriota cobra reforma em Conselho da ONU
Autor: Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 11/03/2011, O País, p. 10

BRASÍLIA. Às vésperas da visita do presidente americano, Barack Obama, ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse em entrevista à BBC Brasil que espera que os "Estados Unidos permaneçam engajados em uma reforma do Conselho de Segurança da ONU que preveja a inclusão de novos membros permanentes do mundo em desenvolvimento, como o Brasil, a Índia e outros".

Segundo Patriota, "já não é razoável nem justificável convivermos com um Conselho de Segurança que parece refletir mais um mundo do século 20 que um do século 21".

Durante a entrevista, ao ser perguntado se Brasil e Estados Unidos estão mais próximos com o governo Dilma Rousseff, o chanceler disse que não considerava que os países estivessem distantes durante o governo Lula. Ele lembrou que o comércio bilateral chegou a "um recorde pouco antes da crise econômica de 2008, atingindo a cifra de US$53 bilhões nos dois sentidos", e que agora o Brasil quer elevar o nível da relação em algumas áreas de interesse especial, tendo citado ciência e tecnologia.

Patriota comentou sobre a política de direitos humanos do Brasil, depois de ser perguntado se havia uma mudança a partir do início do governo Dilma. O chanceler disse que Lula sempre esteve "extremamente engajado, inclusive com a criação da secretaria de Direitos Humanos" e que "votar a favor ou se abster deve ser visto como manifestação dentro de contextos".

Sobre os conflitos no mundo árabe, Patriota comentou que o governo brasileiro se solidariza e que qualquer intervenção militar deve ser tomada no âmbito do Conselho de Segurança. "Desejamos que essas manifestações evoluam de forma pacífica. Acho que se existe crise, também existe oportunidade".

Funcionários do governo americano estão em Brasília

A missão precursora da visita de Barack Obama ao Brasil terá uma reunião com o Itamaraty no final da manhã de hoje para fechar detalhes logísticos da viagem, marcada para o próximo dia 19. Já se encontram em Brasília cerca de 40 funcionários do governo americano, que estão hospedados no Hotel Golden Tulip Alvorada, onde o presidente também se acomodará. O hotel fica ao lado do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. Os detalhes sobre a comitiva não são divulgados por motivo de segurança. Nem mesmo o número de pessoas que veio preparar a chegada do presidente americano foi informado. Outra equipe também está no Rio cuidando dos detalhes de segurança.

Os trajetos que Obama fará para cada local e onde os carros da comitiva oficial deverão estacionar também serão fechados por esse time, que sempre abre caminho para a chegada de Obama nos países por onde ele passa. O procedimento é praxe inclusive para viagens dentro dos Estados Unidos. O grupo fará outras reuniões antes do dia 19, inclusive para concluir a programação da passagem de Obama pelo Brasil.

Hoje, funcionários da área de transporte, cerimonial, imprensa e segurança se encontrarão com funcionários das mesmas áreas do Itamaraty. Além desses, participam da reunião diplomatas brasileiros que tratam de políticas bilaterais entre os dois países e diplomatas da área de promoção comercial. No dia que Obama chega a Brasília está marcado um Fórum de CEOs, que reunirá grandes empresários americanos e brasileiros.

O governo americano decidiu usar a internet e as redes sociais, para difundir a imagem do presidente Barack Obama junto aos brasileiros. Ontem mesmo, a Missão Diplomática dos Estados Unidos lançou um concurso que prevê a entrega de brindes às mensagens de boas-vindas "mais sinceras e criativas" enviadas a Obama pelo recém-criado site www.obama.org. As mensagens são de texto ou em vídeo. Cada brasileiro poderá postar quantas quiser e o governo dos EUA promete premiar os melhores.

Para divulgar informações sobre a vinda de Obama, o governo americano investe no Facebook (www.facebook.com/EmbaixadadosEUA.BR) e no Twitter (@EmbaixadaEUA. O site oficial da visita é http://portuguese.brazil.usembassy.gov/potus_march2011.html.

Com BBC Brasil